Com Fang Yan dominado pela força espiritual, o Espírito se inclinou, sua voz agora um sussurro de pura provocação no ouvido dele.
"Então isso é medo, por nunca ter feito antes, garoto?"
Fang Yan, preso, sorriu com aquela frieza cortante que era sua assinatura.
"Posso dizer o mesmo para um Espírito que quer dar o próprio corpo. Isso é o que quer, tirar a poeira de baixo que nunca usou?"
Essa foi a gota d'água. Sua referência à inatividade e ao desespero dela por uma união causou uma fúria silenciosa. O Espírito se levantou abruptamente, afastando-se dele em um passo rápido, a intenção de matá-lo substituída por uma indignação pura.
Fang Yan se sentou, sorrindo e vitorioso. Ele havia encontrado o limite dela.
"Tudo bem,"
ele declarou, sua voz calma e final.
"Farei isso."
Quando ela estava se afastando, Fang Yan agiu rapidamente. Ele a puxou com uma força surpreendente para um garoto ferido, inverteu a posição e a colocou sob seu corpo novamente. Não houve mais palavras. Não havia tempo para cerimônias. A união era o catalisador, e Fang Yan era prático e impiedoso.
Ele começou a despir o Espírito com uma eficiência desinteressada, concentrado apenas no objetivo. Ela não resistiu, sua fúria agora contida pela inevitabilidade do acordo. Logo, ele também estava nu.
Ele a penetrou sem aviso ou hesitação. A dor do ato inicial, tanto para ele quanto para ela, foi intensa. Ele sentiu as unhas dela o arranhar nas costas, abrindo ligeiramente as feridas das chicotadas, mas o prazer físico que se seguiu era inegável.
Eles passaram horas ali, em uma união selvagem e instintiva. Mesmo sentindo o prazer, a mente de Fang Yan trabalhava, fria e analítica.
O selo. Ele sentia uma conexão crescente, mas a sensação de estarem presos naquele espaço ainda persistia.
Em um movimento para prolongar a união e solidificar o laço, ele inverteu a posição, sentando-se e colocando-a em seu colo. O ato continuou, mais intenso, por mais alguns minutos.
Então, eles atingiram o clímax.
O que se seguiu foi a surpresa que abalou a mente de Fang Yan. O Espírito estremeceu, e ele sentiu uma descarga, uma ejaculação.
Um Espírito ejaculou?
A questão era um paradoxo biológico.
Espíritos, em teoria, não possuíam corpos físicos verdadeiros capazes de tais reações.
Ou será que foi só aqui, neste espaço que ela está selada, e fechando este acordo, que ela pode sentir o prazer e chegar ao clímax?
Ele concluiu que essa última opção era a única plausível, o resultado de sua união e do ritual não convencional.
No instante em que o clímax passou, o mundo dentro do livro reagiu. O espaço branco e o campo de flores começaram a tremer violentamente. Era como se o tecido da dimensão estivesse sendo rasgado.
Eles foram expulsos.
O mundo do livro se estilhaçou, e eles foram jogados de volta para a realidade.
Fang Yan abriu os olhos. Ele estava no chão de seu quarto, o corpo suado. O Espírito estava sentada em seu colo, ainda encaixada nele, a respiração ofegante. O cheiro de flores e o cheiro metálico de sangue se misturavam no ar rarefeito.
Seus olhos vermelhos encontraram os olhos pretos dele.
Fang Yan sorriu, o sorriso mais largo e satisfeito que ele havia dado.
"Aparentemente, deu certo."
A conexão entre eles era agora um laço inquebrável.
