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The Price of Succession in Murim

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Chapter 1 - O Laço cortado

Fang Yan, aos dezesseis anos, levava uma vida aparentemente serena. Seus dias eram preenchidos pela rotina pacata da fazenda, um contraste gritante com a brutalidade inata que habitava seu espírito. O centro de sua existência era seu avô, um homem que, após uma vida dedicada à arte da cura, optara pelo sossego da aposentadoria rural.

Ele era o único elo de Fang Yan com qualquer tipo de afeto, o pilar que garantia ao jovem tudo de que precisava.

A tranquilidade, contudo, é um luxo efêmero no Mundo Murim.

A porta da cabana foi estilhaçada por um artista marcial experiente, um emissário violento de uma Seita Não Ortodoxa. O homem, exalando uma aura de poder bruto, avançou com a intenção clara de levar Fang Yan.

O avô interveio imediatamente. Apesar de ter se afastado da vida marcial, a força de seu desespero era palpável. Ele se colocou entre o neto e a ameaça, tentando, de alguma forma, impedir a captura. O mestre da Seita, impaciente e cruel, não hesitou.

Com um movimento rápido e impiedoso, ele desferiu um golpe violento que partiu o corpo do velho.

A cena do único familiar e laço de afeto sendo destruído se desenrolou diante dos olhos de Fang Yan. Não houve grito. Não houve lágrimas. A tristeza, um sentimento estranho e quase inútil para ele, não se manifestou. A morte do avô, embora a perda mais significativa que já experimentara, foi recebida com uma frieza assustadora, apenas um vazio onde deveria haver luto.

O mestre, ignorando o corpo no chão, agarrou Fang Yan pelo pescoço. O sufocamento começou a apertar, mas mesmo com a vida sendo drenada, a mente do jovem operava com uma clareza gelada e acelerada. Ele tinha um recurso de última instância: uma pequena adaga oculta em suas vestes.

Enquanto era erguido e a escuridão começava a invadir sua visão, Fang Yan executou um movimento desesperado e preciso. Conseguiu se debater o suficiente para liberar um de seus braços e, com a adaga, atacou o rosto do agressor. A lâmina traçou uma grande ferida vertical sobre o olho do mestre, um rasgo profundo que certamente deixaria uma cicatriz permanente.

O mestre soltou um rugido de dor, mas sua experiência marcial o manteve funcional.

Mesmo sentindo o sangue quente escorrer pelo rosto e a agonia lancinante do olho ferido, ele reagiu com uma brutalidade instintiva, desferindo um soco devastador no abdômen do jovem.

O impacto fez o ar fugir dos pulmões de Fang Yan. Ele sentiu tudo desmoronar. O mundo começou a ficar escuro, mas no último instante de consciência, enquanto era consumido pelo desmaio, ele fez algo que paralisou seu agressor:

Ele sorriu.

Não foi um sorriso de escárnio ou de vitória, mas sim um vislumbre da natureza quase demoníaca que o possuía: um reconhecimento frio e sem arrependimentos do caos que havia causado.

O mestre, vendo o sorriso na escuridão iminente do jovem, o arremessou com raiva contra a parede da cabana, que cedeu com o impacto. O corpo inerte de Fang Yan ficou caído entre os destroços.

Com a mão sobre o olho cortado, o artista marcial não sentiu a irritação esperada pela dor e pela humilhação. Em vez disso, a atitude final do jovem — a ausência de medo, o ataque repentino e aquele sorriso desdenhoso — acendeu nele uma faísca de curiosidade e intriga. Aquele não era um garoto comum.