A mão do Espírito apertava o pescoço de Fang Yan, cortando sua respiração. Apesar da força opressora e da ameaça iminente à sua vida, ele manteve a compostura, seus olhos pretos fixos nos olhos vermelhos dela.
Ele fez um som gutural, um pedido mudo de tempo.
A mulher, avaliando-o de cima para baixo – um jovem magro, mas com uma aura de frieza perturbadora –, sentiu uma ponta de curiosidade. Soltou-o, permitindo que Fang Yan caísse de volta ao chão coberto de flores.
O ar jorrou para os pulmões de Fang Yan. Em vez de tossir ou se afastar, ele agiu com uma velocidade instintiva e selvagem que a pegou de surpresa. Com os joelhos, ele desferiu um chute rápido nas pernas dela.
O golpe não a feriu, mas a desestabilizou o suficiente para que ela caísse no campo florido. Fang Yan, aproveitando o momento, montou sobre ela, imobilizando seus pulsos com os próprios braços.
"Espírito, certo?"
ele ofegou, a voz grave. Sua proposta veio, ousada, direta e chocante.
"Se você é um Espírito, quero uma aliança... um laço familiar. O que me diz?"
A mulher riu, um som alto e vibrante. Ela estava por baixo, os pulsos presos, mas sua força era incomensurável. Sem liberar as mãos, ela habilmente prendeu a cintura de Fang Yan com as próprias pernas, girando o corpo e invertendo as posições em um piscar de olhos.
Agora, Fang Yan estava por baixo, imobilizado pelas pernas dela e dominado.
"Você?"
ela zombou, rindo de forma divertida.
"Um humano fraco e sem técnicas marciais? Um laço familiar? Não, não tem nenhum benefício para mim."
Seu olhar se tornou mais afiado.
"E o pior: você é jovem demais, inexperiente. Para selar um acordo dessa magnitude, você precisaria de um ritual ou um poder que você não seria nem capaz de realizar. Quem te disse que você conseguiria criar o laço?"
Fang Yan sorriu, ignorando a pressão e o ridículo. De alguma forma — com um movimento de corpo sutil, a inversão da energia ou pura sorte, ele conseguiu deslizar e girar o corpo. A inexperiência dela em combate próximo, somada ao instinto demoníaco dele, permitiu que ele invertera as posições novamente.
Ele estava por cima. Ele se inclinou e sussurrou no ouvido dela, sua respiração quente.
"Então me fale. E deixe eu mesmo ver se sou capaz ou não."
O Espírito não mostrou raiva pelo segundo domínio. Ela sorriu, seu rosto perigosamente belo. A ausência de medo ou hesitação nele era uma anomalia que ela não podia ignorar.
"Muito bem, Aprendiz. Você quer saber o preço?"
ela sussurrou de volta.
Ela pronunciou uma única palavra, que silenciou os ventos e o farfalhar das flores:
"Sexo."
Fang Yan recuou a cabeça, afastando-se um pouco do lado dela, o choque sendo a primeira emoção genuína que ele demonstrou em muito tempo.
"Sexo?"
ele repetiu, a voz com um tom de descrença.
"Exato,"
ela confirmou.
"Quando fizermos, e nos unirmos, a união será o catalisador. Aí poderei ser sua parceira. E só então você me escutará, e eu serei invisível para o mundo, mesmo para você. Você me verá da mesma forma, com cor e opacidade, como agora, mas eu serei uma companheira apenas de seu espírito."
Fang Yan, um jovem de dezesseis anos, nunca havia considerado tal ato. Ele analisou a mulher, o Espírito, de baixo para cima. A proposta era absurda, mas o poder que ela oferecia era tentador.
Ele se inclinou novamente, desta vez para provocá-la, testando seu limite.
"Não sei,"
ele sussurrou no ouvido dela.
"Acho que você não vale isso tudo. Não para eu ter que perder a virgindade com você."
O sorriso da mulher desapareceu. A diversão acabou. Com um brilho de poder nos olhos vermelhos, e sem precisar de movimentos complexos, ela ativou sua força espiritual pura. O poder foi liberado, e Fang Yan sentiu como se tivesse sido atingido por uma onda invisível.
Ela inverteu a posição pela segunda vez, deixando-o novamente por baixo. Desta vez, a submissão foi final e absoluta.
