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Chapter 10 - O PÁSSARO RUIVO

Na manhã de um dia qualquer, ainda deitado, Alberto meditava sobre os eventos estranhos que pareciam cercá-lo. O exame do corpo de Maria Fernanda revelará que ela havia sido envenenada com curare, um veneno raro e letal. Para complicar ainda mais, uma soprano amiga de Maria procurou a polícia para revelar algo inquietante: Maria Fernanda for a ameaçada por Cláudio, um homem explosivo e impulsivo que nutria uma paixão violenta por ela. No começo, Maria cedeu aos sentimentos, mas logo recuou, temendo que um envolvimento romântico pudesse prejudicar sua carreira.

Enquanto a polícia investigava, outras pistas surgiram. O cozinheiro da mansão de Clarence O'Shea possuía uma ficha criminal, envolvido em um roubo anos atrás. Apesar das investigações seguirem em duas direções distintas, ficava cada vez mais claro que os crimes estavam conectados por um fio invisível, e que o mesmo assassino, ou grupo de assassinos, estava por trás de tudo.

— Que curioso... — murmurou Alberto para si mesmo. — Tudo começou com aquele esbarrão no ônibus. Se não fosse isso, eu não teria notado a revista caindo aos meus pés... ou o besouro...

Perdido em pensamentos, Alberto foi interrompido pela música ao lado. Seu Inácio, o vizinho, assobiava fervorosamente a "Polonaise" de Chopin. Todas as manhãs o "concerto" começava, e naquele dia, com especial capricho nos trinados.

— Sete e meia! — exclamou Alberto, pulando da cama. Estava atrasado e tinha que se arrumar rapidamente. Felizmente, a Faculdade de Medicina ficava a poucos quarteirões.

Naquela tarde, ele se reuniria com o inspetor Pimentel e o subinspetor Silva para discutir o caso. Quando chegou à Polícia Técnica, o inspetor lhe estendeu um jornal.

"Brincadeira de mau gosto no Zoológico" dizia a manchete. "Um raro galo-da-serra, com plumagem de cor intensa, foi encontrado estrangulado e depenado em seu viveiro."

— Penas cor de fogo, hein? — comentou o inspetor com um olhar significativo para Alberto.

— Alguma dúvida? — perguntou Alberto.

— Nenhuma, meu caro. Estamos lidando com um dos casos mais peculiares que esta cidade já viu — disse o inspetor. — E tem mais: o assassino parece obcecado por essa cor... todas as vítimas, incluindo o pobre pássaro, tinham algum tom ruivo.

— Somente alguém com uma mente perturbada faria isso, mas... quem teria tamanha inteligência e sangue-frio para não deixar vestígios?

Enquanto Alberto ponderava, o inspetor traçou seu plano: investigar discretamente todos os entomologistas da cidade e localizar qualquer pessoa com cabelos vermelhos. Qualquer um que recebesse uma misteriosa caixinha com um besouro deveria avisar imediatamente. Com essa estratégia em mente, eles concordaram em manter o caso em segredo para evitar o pânico.

Despedindo-se, Alberto caminhou de volta para casa. Só conseguia pensar em uma coisa: Rachel Saturnino, com sua longa cabeleira ruiva. Precisava alertá-la, antes que fosse tarde demais.

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