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Chapter 33 - Capítulo 31 – O Peso do Anoitecer

A madrugada em Water 7 era silenciosa. As bolhas de vapor subiam dos canais, iluminadas pela luz pálida dos lampiões. O som dos martelos da Galley-La havia cessado. O navio Xeeksot, agora reforçado com aço do fundo do mar e madeira de Adam, repousava como um titã adormecido.

Mas no convés, ninguém dormia.

Na ´última noite antes da batalha.

Kaien estava na proa, o Solar Axe apoiado ao seu lado. Ele observava o reflexo da lua na água, mas sua mente estava em Marineford. Não pensava em vitória. Pensava em peso.

Lyra se aproximou, sem dizer nada. Ela carregava um novo estojo de munições, cuidadosamente montado. "Não sei se vamos voltar. Mas se voltarmos, que seja com impacto."

Kaien assentiu. "Se voltarmos, o mundo não será o mesmo."

Seraphine: O Céu em Silêncio

No alto do mastro, Seraphine observava o céu. As asas douradas estavam recolhidas, mas vibravam com inquietação.

Ela murmurava para si mesma: "O céu está calmo demais. E quando o céu se cala… é porque o grito vem do mar."

Ela desceu lentamente, pousando ao lado de Kaien. "Você sente isso, não sente? Não é medo. É gravidade."

Kaien olhou para ela. "É o mundo se curvando."

No convés inferior, Kid ajustava sua armadura magnética. Peças de metal flutuavam ao redor dele, como satélites em órbita.

Killer afiava suas lâminas em silêncio.

Kid falou, sem olhar: "Se Barba Branca cair, o mundo perde o eixo. E se Ace morrer… o mar vai sangrar."

Killer respondeu: "Então vamos cortar o tempo. Antes que ele nos corte."

Dentro da cabine, Law estudava mapas e relatórios. Ele traçava rotas, calculava tempos, analisava formações da Marinha.

Mas seus olhos estavam distantes.

"Não é só estratégia. É escolha. E a escolha pesa mais que qualquer plano."

Ele fechou o mapa. Saiu da cabine. E olhou para Kaien.

"Estamos indo para o centro da guerra. Mas você… Você está indo para o centro do mundo."

No convés de popa, Bepo observava o mar. Ele havia se recuperado fisicamente, mas algo dentro dele ainda doía.

Ele segurava um medalhão antigo, presente de um amigo perdido.

"Kaien… Se essa guerra for o fim… Quero que saibam que lutamos com alma."

Kaien se aproximou. "Você é o que nos ancora. E se o mundo afundar… Você será o último a soltar o leme."

A Partida

Com o sol ainda escondido, o navio Xeeksot deixou Water 7. As velas negras se abriram. O brasão reluziu. E o mar se curvou.

A travessia até Marineford havia começado.

Horas depois, uma garrafa flutuava no mar. Lyra a pescou com o rifle.

Dentro, uma carta escrita à mão.

"Kaien, Se você está lendo isso, é porque escolheu pesar o mundo. Não lute por glória. Lute por ritmo. E se o mundo desafinar… Que sua batida seja a última a parar. — Rayleigh"

Kaien leu em silêncio. Depois, queimou a carta. O fogo dançou no vento. E o peso aumentou.

O mar estava em silêncio. Mas cada onda carregava uma lembrança. Cada vento soprava uma decisão. Cada olhar da tripulação dizia o mesmo:

Estamos indo. E o mundo vai sentir.

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