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Chapter 36 - Capítulo 34 – O Peso de Seraphine

O céu sobre Marineford não era mais céu. Era um campo de guerra suspenso. As nuvens se acumulavam como muralhas vivas, e o ar vibrava com uma tensão que não vinha do clima, mas da história. A guerra havia começado, e o mundo já sentia os primeiros tremores.

No campo abaixo, milhares de soldados se moviam como peças em um tabuleiro. Navios de guerra cercavam a baía. Explosões ecoavam entre os manguezais. E no centro de tudo, o cadafalso onde Portgas D. Ace aguardava seu destino.

Mas acima disso — acima do caos, da fumaça e do sangue — voava Seraphine.

Seraphine não era apenas uma guerreira. Ela era uma herança viva.

Neta de um dos membros esquecidos dos Piratas Rocks, ela carregava em si o peso de uma era que o mundo tentava apagar. Seu avô havia lutado ao lado de monstros. Mas também havia se arrependido. E foi ele quem ensinou a Seraphine que o céu não é lugar de fuga — é lugar de vigília.

Ela aprendeu a voar não para escapar, mas para observar. E agora, em Marineford, ela voava com propósito.

Seraphine pairava sobre o campo como uma presença silenciosa. Suas asas douradas cortavam o ar com precisão, sustentadas por um domínio absoluto do Haki de Observação. Ela não via com os olhos. Ela sentia. Cada intenção. Cada ameaça. Cada movimento.

Enquanto os aliados de Barba Branca emergiam do mar e Luffy avançava em direção ao cadafalso, Seraphine sobrevoava o campo como uma sentinela.

Ela não era apenas uma combatente. Era um farol.

Do alto, Marineford parecia um organismo vivo. As tropas da Marinha se moviam em padrões calculados. Os Shichibukai se posicionavam com arrogância. Barba Branca, imponente, havia finalmente surgido com sua frota.

Seraphine ativou seu Haki de Observação em profundidade. A técnica avançada permitia que ela sentisse não apenas presenças, mas intenções.

Ela identificou três snipers ocultos nas muralhas. Dois oficiais preparando emboscadas. E um grupo de soldados tentando flanquear os aliados de Kaien.

Com um leve movimento das asas, ela mergulhou.

Seraphine desceu como um raio dourado. O primeiro sniper sequer teve tempo de reagir. Ela girou no ar, canalizando o Haki de Armamento nas pernas, e o golpeou com uma força que atravessou a muralha.

O segundo tentou disparar. Ela desviou com um giro lateral, pousando atrás dele. Um toque no ombro. Um impulso de Haki. E o homem caiu inconsciente.

O terceiro fugiu. Mas Seraphine não perseguia. Ela pesava.

Durante uma patrulha aérea, Seraphine avistou uma figura solitária caminhando entre os escombros. Dracule Mihawk, o maior espadachim do mundo, avançava com calma, a espada negra nas costas.

Ela pousou sobre uma torre próxima, observando-o com cautela.

Mihawk não olhou para ela. Seus olhos estavam fixos em outro ponto — em Kaien, que se aproximava da linha de frente.

Seraphine sentiu o peso da intenção. Mihawk não a via como ameaça. Ele via Kaien como desafio.

Ela não interferiu. Apenas voou mais alto.

Durante a batalha, Seraphine tornou-se o elo entre os membros da Xeeksot. Ela sobrevoava os setores, transmitindo sinais, ajustando posições, alertando sobre ameaças.

Kaien, na linha de frente, recebia seus sinais com um aceno. Lyra, na torre, ajustava a mira conforme os padrões que Seraphine desenhava no ar. Kid e Killer, em combate direto, usavam os flashes dourados como guias. Law, estrategista, confiava em seus relatórios visuais. Bepo, no suporte, sentia sua presença como um escudo invisível.

Ela era os olhos da tripulação. E também o escudo.

Seraphine não era apenas uma combatente. Ela era uma presença.

Enquanto os outros lutavam com armas, ela lutava com visão. Enquanto os outros avançavam, ela pairava. Enquanto o mundo ruía, ela sustentava.

Seu Haki de Observação era tão refinado que conseguia prever ataques segundos antes de acontecerem. Seu Haki de Armamento, canalizado nas asas, permitia que ela bloqueasse projéteis, cortasse estruturas e resistisse a impactos que derrubariam navios.

Ela era o céu. E o céu pesava.

No campo abaixo, Luffy avançava. Ace gritava. Barba Branca rugia. A Marinha se reagrupava.

Seraphine sobrevoava tudo. Ela viu um grupo de soldados tentando alvejar Bepo. Desceu em velocidade. Canalizou o Haki nas asas. Girou no ar. E criou uma onda de impacto que lançou os soldados ao mar.

Bepo olhou para cima. Ela acenou com a asa. E voltou ao céu.

Quando o sol começou a se esconder atrás da fumaça, Seraphine ainda voava. O campo rugia. Mas ela permanecia.

Ela não era uma heroína. Era uma presença. Uma linha entre o céu e o colapso.

E naquele dia, Marineford sentiu o peso de Seraphine.

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