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Chapter 32 - Capítulo 30 – O Peso da Preparação

O mar parecia hesitar. Não havia tempestade, mas o vento soprava com uma cadência irregular, como se o próprio oceano estivesse indeciso. A embarcação Xeeksot avançava lentamente, cortando as águas em direção à cidade flutuante de Water 7. O navio, marcado pelas batalhas em Green Bit e pela tensão em Sabaody, precisava de reparos. Mas mais do que madeira e aço, a tripulação precisava de tempo. Tempo para pensar. Tempo para decidir.

Faltavam apenas alguns dias para a execução de Portgas D. Ace. E o mundo já começava a pesar.

A cidade surgiu como um sopro de beleza em meio à inquietação. Canais serpenteavam entre construções elegantes, e o som dos martelos da Galley-La Company ecoava como música de fundo. O cheiro de madeira molhada e vapor de caldeiras preenchia o ar.

O navio Xeeksot atracou com cuidado. Mesmo danificado, ainda impunha respeito. O brasão — o dragão dourado mordendo a própria cauda, atravessado por um machado flamejante, envolto por uma corrente quebrada — reluzia sob o sol, chamando atenção de todos os lados.

Os moradores observavam com cautela. Eles sabiam que aquele símbolo não era comum. Era um aviso.

Na sede da Galley-La, os carpinteiros se reuniram para avaliar os danos. Iceburg, ainda atuando como conselheiro, apareceu pessoalmente.

"Se vocês vão entrar em guerra, precisam de um navio que aguente mais do que canhões. Precisam de um navio que aguente o peso."

Kaien assentiu. "Não queremos que ele aguente. Queremos que ele pese."

Iceburg sorriu. "Então vamos reforçar o casco com aço do fundo do mar. E revestir o leme com madeira de Adam. Se o mundo vai afundar… que seja com estilo."

Enquanto o navio era reparado, os membros da Xeeksot se espalharam pela cidade.

Lyra caminhava pelos mercados, observando os rostos. Ela não procurava munição — procurava sinais. "Se a guerra começar, os civis vão pagar o preço. E nós vamos estar no centro disso."

Seraphine sobrevoava os canais, sentindo o ar. Ela pousou sobre a torre do relógio e observou o mar. "O mundo está em desequilíbrio. E quando o céu pesa, as asas não bastam."

Kid e Killer se envolveram em uma briga com caçadores de recompensa locais. Depois, sentaram em um bar destruído.

Kid: "Ace vai morrer em três dias. E a Marinha acha que pode controlar o tempo."

Killer: "Eles não controlam o tempo. Eles controlam o medo. Mas o medo não pesa mais que nós."

Law passou horas em silêncio, estudando mapas e rotas. Ele traçava possibilidades, mas sabia que nenhuma era segura.

"Marineford está cercada. Mas o mundo está aberto. E o peso pode vir de qualquer direção."

Bepo: O Coração da Tripulação

Bepo, ainda ferido, caminhava com dificuldade pelos canais. Ele parou diante de uma criança que chorava, perdida.

"Você está bem?" — perguntou, ajoelhando-se.

A criança apontou para um beco. Bepo a levou até os pais, que o agradeceram com lágrimas.

Depois, ele voltou ao navio e encontrou Kaien na proa.

"Kaien… Eu não sou o mais forte. Mas se vamos entrar nessa guerra… Quero estar inteiro. Quero estar útil."

Kaien olhou para ele com respeito.

"Você não precisa ser o mais forte. Precisa ser o mais firme."

Na segunda noite em Water 7, um pequeno barco se aproximou discretamente. Era Jinbe, o cavaleiro do mar. Ele não estava fugindo. Estava em trânsito — a caminho de se entregar à Marinha por se recusar a lutar contra Ace.

Mas antes disso, ele precisava falar com Kaien.

Kaien o recebeu no convés, em silêncio.

Jinbe estava firme, mas seus olhos carregavam urgência.

"Kaien… Eu vim porque não posso ignorar o que está por vir. Ace será executado em três dias. Barba Branca vai se mover. Mas ele precisa de aliados que não apenas lutem… Mas que sustentem o peso."

Kaien observou o mapa sobre a mesa. Marineford estava cercada. A Marinha havia reunido forças de todos os cantos. Os Shichibukai estavam posicionados. E o mundo observava.

"Você quer que entremos na guerra?" — perguntou Kaien.

Jinbe assentiu.

"Quero que vocês entrem na história."

Encerramento

Water 7 dormia. Mas no convés do Xeeksot, ninguém descansava.

O navio estava quase pronto. O mundo estava quase em guerra. E a tripulação Xeeksot… Estava quase no centro de tudo.

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