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Chapter 2 - Capítulo 2 — Ecos de uma Vida que Não Deveria Existir

O mundo parecia grande demais para um corpo tão pequeno.

Hashirama observou o quintal com olhos atentos, muito além do que se esperaia de uma criança de dois anos. Cada detalhe foi absorvido: a forma como o vento passava entre as folhas, o ritmo invisível do solo, o pulsar silencioso da vida sob seus pés.

Ele sentiu .

Não como um pensamento racional, mas como um instinto antigo — profundo, quase ancestral.

A planta que havia brotado diante dele ainda estava ali. Pequena, frágil, verde demais para algo que deveria estar morto. Hashirama tocou-a novamente, com cuidado.

No instante do contato, uma onda de informações ou atravessou.

Não eram palavras. Eram sensações .

Sede. Frio. Alívio.

Hashirama levou a mão rapidamente, o coração disparado.

— Isso não é… chakra — pensado.

Ele se lembrava bem. Chakra era uma mistura de energia física e espiritual. Aquilo era diferente. Mais refinado. Mais… perigoso.

Aura.

A palavra surgiu em sua mente como se sempre tivesse estado ali.

Hunter x Hunter.

Um mundo onde força não vem apenas do corpo, mas da vontade, da mente, da intenção.

Hashirama respirou fundo — o máximo que seus pulmões infantis permitiram — e tentou se rir. Emoção demais faz o ambiente reagir. Ele já havia percebido isso.

Quando ficava assustado, as plantas se agitavam. Quando ficava tranquilo, tudo ao redor parecia… respirar melhor.

— Controle primeiro… poder depois — murmurou, numa voz baixa e infantil, mas investiu de um peso que não teve idade.

Atrás dele, a porta da casa se abriu com um rangido suave.

-Hashirama? — chamou uma voz feminina.

Sua mãe.

Ela carregava um cesto de roupas e tinha o olhar cansado, mas gentil. Quando viu a planta viva no chão seco, franziu o cenho.

— Estranho… — comentou, agachando-se. — Essa terra estava morta ontem.

Hashirama congelou.

Calma. Não pense demais. Você é uma criança.

Ele forçou um sorriso inocente e balançou a mãozinha.

— Verdi… — balbuciou, fingindo dificuldade na fala.

A mãe generosa, atribuindo tudo à sorte ou ao clima.

— Talvez a chuva tenha ajudado.

Ela não viu as raízes se retraírem lentamente quando se moveram. Não sinto o leve desconforto que percorreu o solo.

Hashirama sim.

Aquilo confirmou algo importante: ninguém mais percebeu .

Ainda não.

Naquela noite, deitado em sua pequena cama de madeira, Hashirama não dormiu.

Memórias vinham em ondas.

Guerras. Florestas gigantescas. Homens com olhos vermelhos cheios de ódio. Um poder grande demais para ser contido por um único corpo.

Mas havia algo diferente agora.

Na vida anterior, ele nasceu forte. Um prodígio. Um pilar.

Aqui… ele nascerá com potencial .

Potencial bruto, ilimitado, mas vazio.

— Se eu errar… posso destruir tudo — pensei, achando um arrepio.

Este mundo não tinha bijuus. Não tinha deuses selados.

Tinha humanos … e coisas muito escondidas além do horizonte.

Do lado de fora da casa, na escuridão silenciosa, na floresta observada.

Não com olhos.

Mas com atenção.

Raízes se entrelaçavam lentamente sob o solo, formando padrões que antes não existiam. Pequenas flores desabrochavam fora de estação. Insetos mudavam rotas, instintivamente evitando aquele lugar.

Algo havia nascido ali.

Algo que, se crescer sem controle, poderia rivalizar com as maiores anomalias do mundo.

E, pela primeira vez desde que despertou, Hashirama sentiu medo.

Não de morrer.

Mas de viver tempo demais.

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