📖 CAPÍTULO 1 — O CHORO QUE FEZ A FLORESTA RESPIRAR
A aldeia não deveria ter sobrevivido àquela noite.
A chuva caía pesada, grossa, quase agressiva, como se o céu estivesse irritado com algo invisível. Relâmpagos riscavam o horizonte enquanto o vento fazia as árvores da floresta ao redor se curvarem, rangendo como se estivessem vivas — talvez estivessem.
Dentro de uma casa simples de madeira, o choro de um recém-nascido rompeu o som da tempestade.
No exato momento em que o bebê respirou pela primeira vez, algo respondeu.
As raízes sob o solo se moveram.
Não foi um terremoto. Não foi Nen detectável. Foi… vida reagindo à vida.
Folhas tremeram sem vento. Galhos se inclinaram na direção da casa. Musgo cresceu lentamente nas pedras ao redor, como se quisesse proteger aquele lugar.
A parteira sentiu um arrepio subir pela espinha.
— Isso… isso não é normal… — murmurou.
O bebê, envolto em panos simples, abriu os olhos por um segundo. Não chorava mais.
E então… sorriu.
Dois anos depois, sentado no chão de terra do quintal, o menino tocou uma pequena planta seca.
No instante em que seus dedos a alcançaram, algo despertou dentro dele.
Memórias.
Outra vida.
Outro mundo.
Outro nome.
Hashirama Senju.
O garoto arregalou os olhos, o coração disparado demais para um corpo tão pequeno.
— Então… eu reencarnei… — pensou, com uma clareza assustadora.
A planta, morta há dias, brotou novamente.
Hashirama engoliu em seco.
Este mundo… não estava preparado para ele.
Continua.
