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The rise of the demon of chaos

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Synopsis
Fang Yan does not seek martial virtue, but absolute supremacy through the erosion of others' morality. In a world of martial artists governed by codes of honor and traditional schools, he stands out as an architect of chaos who uses cold strategy, sacrifice, and psychological manipulation to sculpt his own destiny. With the entity Lin Er by his side, he not only climbs the meridian mastery levels but subverts the very structure of the Clan, transforming allies into tools and rivals into scapegoats. Fang Yan's future does not point to the glory of an honorable master, but to that of a dark sovereign who, upon reaching the pinnacle of technique, will find no disciples, only the vestiges of those he consumed to get there. His journey is an ascent towards the abyss of martial perfection, where strength is paid for with the total absence of humanity. "True mastery does not reside in defeating the opponent, but in breaking the world around him until the only way out is his own will."
Table of contents
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Chapter 1 - Batismo de Sangue

A brisa da manhã soprava suavemente pelas frestas da cabana de madeira, situada na encosta de uma montanha isolada. O aroma de ervas frescas e carne sendo preparada preenchia o ambiente. Fang Yan, completando seus dezesseis anos, observava o avô com uma calma que não condizia com sua idade. Seus cabelos pretos já eram longos, descendo pelas costas em uma trança firme que ele mesmo aprendera a fazer. Seus olhos pretos, profundos como o vácuo, acompanhavam cada movimento do velho que, com mãos trêmulas, mas dedicadas, cortava os ingredientes para o banquete de aniversário.

O avô sempre fora um homem de palavras secas e ensinamentos rígidos. "O mundo não tem espaço para o sal das lágrimas, Yan," ele costumava dizer. "O choro é o transbordamento da fraqueza. Quando eu me for, não suje meu rosto com sua piedade. Mantenha os olhos limpos para ver o próximo ataque." Fang Yan absorveu aquilo não como uma lição moral, mas como uma diretriz lógica.

Três batidas secas ecoaram na porta. O som não era um pedido de entrada, mas um anúncio de autoridade.

Fang Yan se levantou sem pressa. Ao abrir a porta, a luz do sol foi bloqueada por uma figura imponente. Era um mestre marcial, um homem cujo corpo exalava a pressão de quem já havia cruzado a Abertura dos Meridianos e estabilizado sua circulação interna. Ele era alto, com ombros largos e uma aura de violência contida. Sem dizer uma única palavra, a mão do mestre disparou como uma serpente de aço, agarrando o pescoço de Fang Yan e erguendo-o do chão.

— Onde ele está? — a voz do mestre era um trovão rouco.

O avô, no canto da cozinha, deixou a faca de madeira cair. Ele não era um cultivador poderoso, nem possuía a velocidade de um guerreiro de elite. Ele era apenas um homem que tentava proteger o que restava de sua linhagem. Com um grito de esforço, o velho avançou, tentando intervir.

O mestre marcial sequer desviou o olhar de Fang Yan. Com um movimento casual do braço livre, ele desferiu um golpe de palma horizontal. O ar ao redor da mão do homem pareceu condensar-se por um breve instante devido à técnica empregada.

O impacto foi absoluto.

O corpo do avô foi partido ao meio como se fosse feito de papel sob uma lâmina invisível. O sangue espirrou contra as paredes de madeira, e o vácuo gerado pela força do golpe continuou sua trajetória, explodindo a parte traseira da cabana. Tábuas voaram, o telhado cedeu e a floresta além da casa ficou exposta através do rombo deixado pela força brutal.

Fang Yan assistiu a tudo enquanto o ar lhe faltava nos pulmões. Ele viu as duas metades do homem que o criou caírem no chão sujo de terra e poeira. O cheiro do almoço agora se misturava ao odor metálico de entranhas. Qualquer outro jovem de dezesseis anos teria gritado, teria implorado ou desmoronado em desespero. Mas o cérebro de Fang Yan operava em uma frequência diferente. Ele não sentiu raiva. Ele não sentiu tristeza. Ele sentiu apenas uma observação analítica: seu avô estava morto, e o agressor tinha uma guarda aberta abaixo da linha de visão lateral.

As palavras do avô ecoaram: Mantenha os olhos limpos para ver o próximo ataque.

O mestre marcial, convencido de que o garoto era apenas um inseto impotente sufocando em sua mão, relaxou a tensão no ombro por uma fração de segundo. Foi o erro final de sua arrogância.

Escondida sob a túnica simples de Fang Yan, presa ao seu antebraço, estava uma pequena adaga de osso polido, uma ferramenta que ele mesmo havia afiado durante as noites de insônia. Com um movimento fluido, quase hidráulico, Fang Yan não tentou se libertar do aperto no pescoço. Em vez disso, ele usou o braço do mestre como alavanca.

Seu braço disparou para cima. A lâmina de osso brilhou sob a luz do sol que entrava pelo teto destruído.

O mestre sentiu um frio súbito. O reflexo de Fang Yan foi rápido demais para um jovem sem treinamento formal. A ponta da adaga encontrou o globo ocular esquerdo do homem, rasgando o tecido mole e descendo em um corte vertical profundo, marcando a pele, o osso da órbita e a bochecha em uma linha de sangue perfeita.

— ARGH! — O grito do mestre foi de pura descrença e dor.

Ele soltou o pescoço de Fang Yan instantaneamente, levando a mão ao rosto enquanto o sangue jorrava por entre seus dedos. O olho estava perdido, e a cicatriz vertical seria um lembrete eterno de sua falha.

Fang Yan caiu de pé, mas o impacto do ar retornando aos seus pulmões o deixou tonto. Ele olhou para o mestre ferido e, em vez de fugir, ele simplesmente observou a extensão do dano que causara. Ele havia desenvolvido aquele movimento de contra-ataque sozinho, observando o bote das víboras na floresta. Ver que a técnica funcionava contra um mestre marcial trouxe-lhe uma satisfação técnica profunda.

O mestre, cego de um olho e consumido pelo ódio, não toleraria aquela humilhação. Mesmo ferido, sua força era vastamente superior. Ele girou o corpo, concentrando sua energia em um soco direto no plexo solar de Fang Yan.

O jovem não teve tempo de esquivar. O golpe o atingiu com a força de uma rocha despencando de um penhasco. As costelas de Fang Yan estalaram e o mundo ao seu redor começou a escurecer. Enquanto seu corpo era arremessado contra os destroços da cabana, sua consciência começou a se esvair.

No entanto, antes que a escuridão total o levasse, os lábios de Fang Yan se curvaram. Ele não sorria de deboche, mas de realização. Ele havia atingido o alvo. Ele havia ferido um predador sendo apenas uma presa.

Fang Yan desmaiou entre os restos da madeira quebrada e o corpo sem vida de seu avô, mantendo aquele sorriso enigmático no rosto, enquanto o mestre marcial rugia de dor e ódio, jurando que aquela cicatriz seria a última coisa que o garoto veria antes de morrer.

O silêncio logo voltou a reinar na encosta da montanha, interrompido apenas pelo som das chamas que começavam a consumir o que restou da pequena cabana. O destino de Fang Yan, agora órfão de tudo, exceto de sua própria inteligência cruel, estava selado. O primeiro passo para a sua própria jornada em direção aos Meridianos Divinos fora batizado com sangue e ausência de lágrimas.