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Chapter 3 - capítulo 3 canela e louro

Pov Dominic

Acordei e tudo em meu corpo doía, mas estava viva. Não sei como, mas estava. Estava viva e numa cama particularmente macia, senti o cheiro antes mesmo de abrir os olhos, era canela e louro e pinho, cheirava a floresta, cheirava a casa.

Aquele cheiro me embalou e me senti completamente aquecida, esquecendo das dores, mas quando abri os olhos o susto quase me tomou a vida num só suspiro. Ofeguei e quase caí da cama, se não fosse por seu braço forte e coberto de cicatrizes de guerra eu estaria estatelada, mas ele me segurou pelo braço e puxou de volta para seu peito.

Eu não vestia mais a roupas com que havia fujido e com certeza não estava em casa. Um rubor forte subiu ao meu rosto quando vi que estava numa camisa masculina uns 10 números maior q eu que me cobria até o meio das coxas.

Pulei da cama e me coloquei próxima a parade aumentando a distância entre mim e aquele homem que nem havia visto o rosto e rosnei enquanto falava ameaçadoramente "quem é você? Onde estão minhas roupas?"

O homem levantou o dorso apoiado nos cotovelos, me deu uma bela olhada em desafio e meu coração quase falhou - ele era o homem mais lindo que eu já havia visto, seu maxilar bem marcado, lábios cheios barba por fazer e cabelos longos e ondulados caindo pelo rosto lhe conferiam um aspecto natural desorganizado e perfeito como imagino que um quadro seria. Mas tinha algo em seu olhar, seus olhos cinza pareciam como um mar tempestuoso e me sugavam para o fundo, me vi dando um passo em sua direção completamente hipnotizada até que ele caiu na gargalhada.

Do nada num minuto ele estava levantando as sobrancelhas para mim em tom de surpresa e na outra ria como se não se aguentasse, do que caralhos aquele imbecil estava rindo?

"Do que você está rindo afinal? Você é maluco?" Perguntei quando minha indignação atingiu limites intransponíveis.

"Um filhote como você que nao tem lobo está botando as mãos na cintura e desafiando a mim o alfa de uma matilha que você mal conhece?" Ele disse ainda divertido com a situação.

"Eu sei muito bem qual matilha é essa e quem é você, mas você não tem direito de fazer o que quer que tenha feito comigo, não sou sua." Eu disse com um rosnado no final da frase ao que o alfa que até então permanecia deitado se levantou de súbito e andou até mim botando o braço na parede acima da minha cabeça me obrigando a olhar dolorosamente pra cima para encara-lo. Mas quanto mais próximo mais eu podia ver detalhes de sua anatomia perfeita, os músculos, a pele dourada, a cicatriz atravessando o olho esquerdo que lhe conferia um aspecto eletrizante. E o seu cheiro me deixou mole contra aquela parede até que ele rompeu o silêncio.

"Se você sabe quem sou e sabe onde está, não deveria estar falando comigo nesse tom, pois sabe que já degolei muitos por muito menos" seu tom era ácido e carregado de um aviso explícito de que eu não duraria a próxima ofensa. "Além do que, não acho educado acusar alguém que salvou sua vida de algo tão covarde, tenho quem aqueça minha cama e ainda me peça por isso, não preciso fazer nada contra uma loba quebrada e inconsciente."

"Não sou um filhote, e você não é meu alfa" Seu rosnado preencheu todo o quarto e fez um tremor incontrolável subir por minha espinha, bravura era muito diferente de burrice, então como ele parecia disposto a acabar comigo ali mesmo olhei pra baixo mostrando meu pescoço em forma de submissão e não voltei a olhá-lo até que ele se afastou e voltou a deitar na cama.

"Mal amanheceu, volte pra cama e durma." Ele disse após se deitar, seu tom firme, porém mais calmo, mas não movi. Ainda que ele não fosse fazer nada, minha atração por ele era além do lógico e não conseguiria permanecer por horas ao seu lado numa cama. "Eu disse pra voltar pra cama, isso foi uma ordem e não um pedido" ele voltou a falar quando não me movi e o rosnado ao fim da frase fez minhas pernas se moverem rapidamente para obedecê-lo antes que ele viesse me buscar por conta própria.

Pulei na cama e me deitei com o máximo de distância dele olhando pra cima quase sem respirar. Ele estava de olhos fechados, uma mão atrás da cabeça e outra sobre o peito, parecia calmo e prestes a adormecer, pelo menos era o que parecia.

"Filhote por que não usou sua forma de lobo para fugir? Teria sido mais rápido e inteligente da sua parte, e mesmo que fraca você não me parece burra." Sua afirmação sobre minha fraqueza me fez bufar de indignação, mas ele não se moveu então respondi.

"Não tenho um lobo" não queria conversar, então só respondi para encerrar a conversa e de qualquer forma ele já me achava fraca e era melhor assim.

"Claro que tem, você pode ter enganado sua matilha de idiotas, mas eu sinto seu lobo. Você está escondendo ele ou não sabia de sua existência?" não respondi, não podia. "Interessante que uma loba como você quase tenha feito Nathaniel literalmente perder a cabeça, ele está se tornando imprudente ou talvez você seja mais do que parece. De qualquer forma, tudo isso não me interessa muito, vou negociar sua volta pra ele por um bom valor".

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