Pov Dominic
Meus cabelos quase brancos chamavam muita atenção por onde eu passava, eu seria um alvo fácil de capturar se fugisse com minha aparência atual, eu precisava me camuflar e parecer comum - tingia meus cabelos e sobrancelhas de preto enquanto planejava minha fuga essa noite. Meu nome é Dominic, mas todos me chamam de nic, tenho 20 anos e 1,60 de altura, pele dourada que herdei da minha mãe e os cabelos cinzentos e olhos cor de mel do meu pai, não era fácil não me destacar com essa aparência, o que eu sempre odiei, odiava que todos me olhassem, odiava como os homens sempre me tratavam, mas o pior era Nate.
Eu sou uma loba órfã e sem lobo de uma alcatéia dominada por um alfa Sádico, Nate. Enquanto seu pai era vivo e governava cresci tendo uma vida pacata e calma, muitos não gostavam de mim e me olhavam como um peso, os trabalhos mais extenuantes eram dados pra mim e graças a isso eu tinha músculos e era forte o bastante pra me virar sozinha.
Apesar disso tudo, o antigo alfa Hédgar sempre me tratou com respeito e quando sabia de algo que faziam contra mim punia os envolvidos, ele costumava dizer que uma alcatéia é medida por como tratam o seu lobo mais fraco - esse era eu, o lobo mais fraco, ou é o que todos pensavam.
Na atual conjuntura Alfa Hédgar foi morto de forma suspeita, envenenado por aconito e degolado em seu próprio quarto, o trabalho de um covarde que precisou enfraquece-lo para ganhar a batalha. Com certeza Nate ou havia mandado isso ou feito ele mesmo, mas agora isso não interessava mais, agora eu corria risco sem ninguém para impedir Nate de pegar.
Sua loucura chegou ao nível de matar o próprio pai para me ter, eu não queria esperar para ver o que aconteceria comigo. Nate era um cretino maluco desde criança, treinamos juntos na escola de guerreiros, mas sempre fui superior a ele o que destruía seu ego de futuro alfa e envergonhava seu pai, acho que foi aí que seu ódio por mim começou.
Mas quando chegamos a idade em que nos transformariamos em nossas formas de lobo pela primeira vez e poderíamos encontrar nossos companheiros tudo mudou, o obsessão de Nate foi do ódio a necessidade de me possuir, e ele tentou algumas vezes. Mas enquanto eu fosse mais forte que ele podia impedi-lo, só que agora eu não era mais forte e ele era um alfa com poder e força incomparáveis, então eu precisava fugir dele essa noite quando ele seria empossado do cargo de alfa e onde todos os guardas estariam ocupados demais para notar minha fuga.
Arrumei minha bolsa apenas com o essencial e deixei meu quarto sujo que consistia em apenas um colchão no chão do porão da casa da matilha. Saí pela lateral da casa sem ninguém me ver e corri para a floresta. Mesmo em minha forma humana como uma lobisomem eu era mais ágil, forte e resistente que qualquer outro humano e até mais do que alguns lobisomens graças ao fato de eu não poder usar um o lobo, tive de treinar o dobro para caçar e lutar.
Da floresta eu podia ouvir os tambores e risadas do início da festividade e com isso meu batimento cardíaco se acalmou. Já estava perto da fronteira quando ouvi seu uivo e todos os pelos do meu corpo se eriçaram quando sua voz invadiu minha mente alta e clara.
"Onde está você meu cordeirinho? O lobo mau quer brincar antes da refeição" ele disse em seu tom melodioso e sarcástico de sempre o que me fez tremer. Corri mais rápido ignorando os uivos todos em conjunto adentrando a floresta quando Nathaniel deu a ordem para me caçarem.
"Dominic, achei que você seria mais esperta que isso, estou decepcionado com o quão fácil vai ser isso" Sua voz agora soava mais distante em minha mente o que era bom, queria dizer que eu estava longe demais para o link mental ser preciso. Ele tentou dizer mais alguma coisa, mas não consegui entender nada além da palavra "pai".
Os rastreadores estavam me alcançando, eu podia ser uma humana rápida, mas eles eram lobos e muito mais rápidos. Logo me alcançariam, então rolei com meu corpo na lama sujando minhas roupas na tentativa de diminuir meu cheiro e então subi numa árvore. Eu teria de lutar, ficar ali em cima até que Nate chegasse não era uma opção, mas com uma armadilha e a adaga em minha bota eu tinha mais chances na puta contra os dois rastreadores que estavam me alcançando.
Eles chegaram a clareira onde eu estavam e farejavam como loucos a minha procura, quando um deles alcançou a árvore que eu estava eu pulei.
A luta era uma bagunça de sangue e dentes, enquanto eu me agarrava aos pelos do lobo castanho para permanecer presa a ele. O outro lobo castanho e preto vendo a luta correu até nós e me agarrou pela perna que estava solta enquanto o lobo 1 pulava tentando me derrubar.
Soltei um Uivo alto de dor quando a carne da minha perna foi dilacerada, mas não tive tempo pra realmente sentir, pois quando vi meu rosto estava na altura da boca do primeiro lobo então não pensei, com a mão que ainda estava presa ao seu pelo no pescoço me puxei pra frente e a mão que continha a adaga pode acertar sua jugular, derrubando-o antes que ele me mordesse.
O outro rastreador preso a minha perna me sacudiu e bati no chão com força ao me soltar do outro lobo, perdi o fôlego por segundos com o baque, mas foi o suficiente pra ele se soltar da minha perna e morder meu flanco desprotegido.
Dessa vez a dor me cegou e por instantes bolas pretas pipocaram na minha visão, mas não desisti, desci a mão com a adaga com força e o esfaqueei algumas vezes até q ele me soltou e caiu de lado soltando uivos chorosos, ele iria sobreviver, mas não conseguiria me seguir.
O sangue pingava de meus ferimentos, demorando a se curar graças a minha fraqueza colossal em não poder me transformar. Mas corri como pude arrastando a perna e estancando o sangramento em minha Costela com pedaços da blusa que agora quase não existia e deixava meu sutiã a mostra.
Eu sabia q única forma possível de fugir daquela situação sem ser capturada, podia acabar morta com essa escolha, mas agora me parecia melhor.
Havia um único lugar para onde não me seguiriam, o território da lua negra, conhecidos como carniceiros e assassinos sem piedade, selvagens liderados por um alfa insano. Entrar ali era uma sentença de morte, mas há coisas piores que a morte.