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Chapter 1 - Reencarnado!

Morte, a última fronteira, a aventura inescapável do destino à qual todos estão fadados a participar. Naquela noite, no momento em que perdi o controle da direção eu havia aceitado meu destino, eu havia abraçado a morte.

No momento em que o carro saltou pelo guard-rail e capotou ribanceira abaixo, eu sabia que não haveria salvação. Enquanto meu corpo era atirado de um lado para o outro, meus ossos quebravam e meus órgãos se despedaçavam.

A dor era agonizante e logo piorou quando meu estômago foi atravessado por uma barra de aço. Quando o carro atingiu o fundo da ribanceira, a dor era tão intensa que eu mal conseguia manter a consciência. Meu sangue escorria, meu corpo esfriava, lembranças passavam por minha mente e então o nada, a escuridão me abraçou.

Não sei quanto tempo se passou, antes que eu recuperasse a consciência do meu ser! Despertei em um lugar estranho; não havia nenhuma sensação, apenas escuridão ilimitada que impedia até mesmo que eu enxergasse meu próprio corpo.

De repente uma voz soou, era forte e antiga e, no momento em que surgiu, pareceu afetar o próprio espaço, me fazendo sentir uma leve vibração!

"Você morreu! Seus pontos cármicos foram contabilizados, lhe é dada a chance de transmigrar e reencarnar em um novo mundo!"

"O mundo para onde você será enviado é perigoso, você será colocado em desafios que colocarão sua vida em risco, por isso os seguintes dons lhe são dados!"

"Corpo de super soldado!"

"Talentos, experiências e técnicas de combate, de Hitman — Agente 47!"

"Talentos e conhecimentos hacking do personagem Rat em: Núcleo Missão ao Centro da Terra!"

"Olho fantasma: um olho fantasmagórico que pode ser usado para espionagem, invisível a qualquer pessoa além de você, indestrutível, capaz de atravessar objetos e proteções físicas!"

"Pequeno inventário espacial, cinco metros quadrados!"

"Você agora será reencarnado; o processo de adaptação incluirá o recebimento das memórias do corpo hospedeiro, seu corpo hospedeiro será reconstruído!"

A escuridão me envolveu novamente; minha consciência se desvaneceu!

Acordei em um quarto estranho; meu corpo estava mais leve, minha mente repleta de memórias desconhecidas. Me levanto e me sinto mais alto; meu equilíbrio está comprometido, mas me adapto rapidamente.

Olho ao redor do quarto e caminho até o espelho de corpo inteiro; quando memórias inundam minha mente: meu nome — Philip Gallagher, tenho 16 anos, um metro e oitenta e sete de altura, braços fortes e musculosos, um corpo grande repleto de músculos compactos, mas definidos.

Agora aqui estava eu, não mais o Lip, mas sim uma pessoa reencarnada, a caminho de assumir sua vida. Eu não sabia o que estava por vir, mas esperava que as coisas corressem bem; considerando minhas habilidades eu poderia me tornar um mercenário ou criminoso de sucesso. Mas queria, pelo menos, tentar uma vida normal.

Eu havia visto a série, visto como a família — já disfuncional — simplesmente não conseguia se acertar. Sempre envolvidos em problemas, sempre à beira de uma crise. Se eu agora era um membro dessa família, havia alguns elementos que precisavam ser cuidados antes que as coisas saíssem do controle.

Eu estava fora de casa desde o começo das férias de verão, fazendo trabalho temporário em um acampamento de férias. Isso me ajudaria, já que eu havia saído de casa semanas antes magro, e quase vinte centímetros mais baixo.

Semanas fora de casa me permitiriam criar uma mentira plausível para minha mudança. Comecei a fazer as malas; tendo recebido o pagamento na noite anterior, eu só precisaria pegar uma carona para casa com o ônibus que buscaria os monitores mais tarde.

Juntei minhas coisas, vesti calças jeans, uma camisa polo e um moletom largo. Três horas depois eu estava de volta a Chicago; o acampamento de verão havia me rendido US$ 900,00, o que ajudaria em muito nas contas de casa.

Desci do ônibus e caminhei em direção ao lar, sendo recebido com alarde enquanto as crianças me perguntavam sobre o acampamento. Meus irmãos nunca haviam ido a um lugar assim, então eles tinham muita curiosidade sobre tudo.

Passei mais de uma hora contando a eles sobre meu verão antes de desabar na mesa da cadeira; minha irmã Fiona chegou do trabalho em seguida. Caminhando até a geladeira, ela pegou um par de cervejas e me entregou uma antes de se sentar ao meu lado.

"Então, Lip, como foram as coisas no acampamento?" perguntou ela quando eu tomei um gole da cerveja.

"Barulhento e cansativo, mas me rendeu US$ 900,00; tome setecentos e cinquenta para as despesas!" falei, entregando tudo a Fiona, que me olhava triste mas aceitou o dinheiro.

"Isso vai ajudar por um tempo. Você ainda tem duas semanas de verão; o que você pretende fazer agora?" perguntou ela quando fiquei calado por algum tempo.

"Vou correr atrás de algo; como têm estado as coisas por aqui?" falei devagar.

Fiona não falou nada, parada ali com a cerveja na mão.

"Frank tem causado problemas e precisamos lidar com Carl; ele está causando problemas. Seriamente, estou preocupada com as tendências violentas dele!"

Observei Fiona; eu conhecia Frank e Carl — eles eram muito problemáticos na série. Frank sempre causando problemas na casa; quanto a Carl, tinha suas tendências psicopatas desde o início.

"Eu cuido do Carl, irei conversar com ele! Quanto a Frank, precisamos manter ele fora daqui — nós temos passado por coisas demais. Nos matamos para manter essa casa, boiando na superfície dos problemas, mas sempre que o Frank aparece, estamos a segundos de ser arrastados para o fundo deles."

Fiona me encarava, mas não respondeu.

"Temos que pensar sobre o que faremos com Frank, mas agora irei subir e conversar com o Carl!" Terminei minha cerveja e coloquei a garrafa sobre a mesa.

Subi as escadas com a mente acelerada; Carl poderia ser corrigido. Frank, porém, era um tumor — não havia cura para tumores; você os mantinha e permitia que crescessem ou os cortava fora.

Parei em frente ao quarto que dividia com meus irmãos e entrei; Carl estava deitado em sua cama, um par de bonecos destruídos em sua mão. Ian também estava ali, seus olhos fechados enquanto eu entrava.

"Carl!" chamei, meu tom de voz sério, mas calmo.

"Sim, Lip, o que há?" perguntou ele, se sentando, seu olhar fixo em mim.

"Fiona e eu conversamos; estamos preocupados!" falei e notei que Carl não reagiu. Ian, por outro lado, se virou e me encarava.

"A questão é simples, Carl: chega de machucar animais de rua, chega de brigas, chega de fazer as pessoas chorarem! A menos que elas te ataquem, nesse caso você pode revidar", falei com firmeza, sem espaço para negociar, enquanto ele me olhava nos olhos.

"O que farei então para vê-los gritar?" perguntou ele, sua voz sem emoção.

"Você irá desenhar; coloque sua imaginação em papel e a transforme em arte. Quer descontar a frustração? Você entra em uma academia de boxe ou qualquer que seja."

"Mas Carl, se eu te pegar ferindo um animal ou outra pessoa... Fiona não poderá te proteger; vou te arrastar até a delegacia e eles vão te enviar para um daqueles institutos psiquiátricos, e te manter lá até você ser capaz de se controlar!" falei com indiferença; meu olhar para ele era frio.

"Eu fui claro com você, Carl!?"

Ian parecia querer intervir, mas Carl me encarava em silêncio.

"Tudo bem, sem machucar animais ou pessoas a menos que eu seja atacado!" falou ele com seu tom neutro.

"Cumpra sua parte, Carl; eu te prometo que vou pagar pela academia que você escolher. Também prometo isso a vocês dois; nos próximos dias irei conseguir dinheiro para arrumar as coisas na casa!"

Carl e Ian ficaram ali, parados e me encarando. Seus olhares para mim eram de dúvida.

"Como você pretende cumprir isso, Lip? Mal conseguimos nos manter!" Ian falou de sua cama.

"Vou dar um jeito; já tenho algumas coisas planejadas." falei sem entrar em detalhes.

"Agora vocês se acalmem, se concentrem e Carl cumpra suas palavras!" falei e me levantei.

" Irei sair para cuidar de algumas coisas; vocês se comportem pelo resto do dia."

Saí do quarto e desci as escadas; eu esperava que Carl cumprisse sua parte. Ou eu cumpriria a minha.

Caminhei até o quarto de Debie e peguei o laptop da família; era velho e desatualizado, mas funcionava e serviria. Conectei o equipamento velho à rede e comecei a trabalhar; minutos viraram horas devido à máquina antiga, mas eu não tinha pressa.

Sentado à mesa da cozinha, eu digitava incansavelmente linha após linha de código. Às vezes um dos meus irmãos parava para olhar, mas logo perdia o interesse e seguia em frente.

De repente, após três horas de trabalho, a tela do computador mudou; eu acessava a rede de polícia local. Meus olhos percorreram a lista de policiais da cidade e congelei — esse mundo era muito mais fodido do que eu pensava. Pois, além dos personagens de Shameless, eu podia ver a equipe de Chicago PD bem ali na tela do computador.

Isso tornava as coisas mais complicadas, mas também me permitia maior raio de ação. Eu conhecia a série, sabia quem eram os bandidos e onde estavam algumas de suas bases. Meus olhos percorreram a lista e encontraram Hernan Diaz, traficante ligado a um cartel colombiano; uma de suas bases estava sob vigilância.

Passava um pouco das oito horas da noite. Saí de casa e chamei um táxi; uma hora depois eu estava em uma região de subúrbios, casas decrepitas e armazéns misturados.

Caminhei com calma pelas ruas; eu evitava atrair atenção para mim. Movendo-me com propósito, não tentando me esconder, mas agindo como se pertencesse àquele lugar. Logo encontrei meu destino: um armazém grande; à frente dele havia alguns caminhões parados.

Com meu olho fantasma encontrei a equipe de vigilância; eles estavam em um furgão preto sem adornos, um deles usava um telescópio através de uma janela disfarçada mirando a porta do armazém.

Caminhei sem pressa, passei por eles e virei a esquina; continuei seguindo em frente até encontrar um beco. Entrei nele, meus olhos na escada de incêndio dois metros e meio acima do chão; mais importante, não havia vigilância nesse lugar.

Caminhei até lá, meu corpo de super soldado me ajudando a pular aquela altura. Me agarrei à escada e subi, usei meu olho fantasma para vasculhar as janelas acima antes de passar por elas.

Os andares superiores estavam vazios, exceto por um par de guardas que caminhava por ali.

No terceiro andar encontrei uma janela destrancada; invadi por ali e enviei meu olho fantasma à frente. Segui com cuidado; alguns metros atrás havia um guarda fazendo a ronda.

Ele era desleixado, o típico sujeito que estava fazendo isso apenas porque o chefe mandou.

Me encostei contra a parede em um ponto cego e esperei; no momento em que o idiota passou por mim, dei um passo à frente e quebrei seu pescoço — meus movimentos eram precisos e silenciosos.

O homem morreu em um movimento; peguei sua arma, munição e carteira. Ele também tinha um relógio e um cordão de ouro que roubei.

Coloquei os espólios no inventário e a arma na cintura antes de seguir em frente. Usando o olho fantasma, explorava as salas do terceiro andar, embora todas estivessem vazias no momento.

Enviei o olho fantasma para o segundo andar e sorri; as salas ali eram diferentes: limpas, sinais claros de uso, algumas ocupadas com mercadorias.

Desci as escadas e usei o mesmo procedimento do andar anterior, não tendo problemas em matar um segundo guarda. Explorei as salas por algum tempo antes de sorrir — como era de se esperar havia uma sala de armazenamento ao lado do elevador de carga.

De frente para ela havia um laboratório de metanfetamina. Atualmente sem uso, mas ainda uma grande bomba-relógio.

Lá embaixo os bandidos conversavam e bebiam; aproveitando que não sabiam sobre mim, entrei no armazém. Sendo honesto, eu não era fã de drogas, mas os pobres não podem escolher; peguei uma pilha de tabletes de maconha, cada um em torno de dois quilos.

Havia também as porções já separadas para venda; essa coisa era da boa colombiana. Alto preço nas ruas; olhei para o certo das coisas e comecei a pegar também; limpei o armazém, deixando apenas as embalagens e matérias-primas.

Meus olhos então caíram sobre uma caixa de madeira, repleta de armas que também guardei. Por último coloquei no inventário uma pilha de dinheiro; eu não sabia quanto havia ali, mas a julgar pelos grandes volumes de notas de baixo valor, valeria a pena.

Eu havia sido rápido, não levando nem mesmo cinco minutos para limpar o lugar. Caminhei até o laboratório e peguei alguns galões de inflamáveis, despejando pelo corredor até o armazém e então espalhando pelas salas seguintes.

Caminhei até a saída de incêndio e a abri; risquei um fósforo e lancei para dentro do prédio. Desci pela escada de incêndio rapidamente e desapareci na noite.

Enquanto eu me sentava em um ônibus voltando ao lar, nos subúrbios mais afastados de Chicago, uma das pequenas fábricas de Hernan Diaz ardia em chamas.

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