A notícia se espalhou mais rápido do que eu podia imaginar.
"O Herdeiro da Luz Branca."
"O Filho do Tirano Selado."
"Aquele que carrega o sol nos olhos."
Em tavernas, fortalezas e cidades escondidas, meu nome começava a circular. Mas não como herói. Como ameaça.
E a Ordem da Névoa... reagiu.
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A floresta estava quieta demais naquela manhã.
Ryujin desapareceu para buscar informações. Eu e Velka vigiávamos os arredores.
Foi quando o som chegou — não passos. Um sussurro. Como mil vozes falando ao mesmo tempo.
O Caçador estava perto.
— Sinta isso? — Velka sussurrou.
— Ele está jogando com nossa mente — respondi.
Mas antes que pudéssemos nos mover, ele surgiu.
Saindo da névoa como um cadáver renascido, com o corpo coberto de amuletos escuros. Na mão, uma lança com sangue seco.
— O ritual começa agora — ele disse. — A caçada contra o herdeiro está em curso. E não terminará até sua cabeça cair.
A luta foi brutal.
Velka invocou chamas sagradas. Eu ativei a aura branca. A floresta queimava ao nosso redor, e a própria realidade parecia tremer a cada golpe.
Mas ele não estava lutando para vencer — estava marcando. Invocando.
O céu se partiu por um instante. Um símbolo da Ordem brilhou entre as nuvens.
A caçada havia começado.
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Naquela noite, Ryujin voltou com algo inesperado.
Uma caixa de pedra, selada com runas gregas.
— Você foi reconhecido — ele disse, entregando-me o artefato. — Dois deuses da guerra deixaram isso para o "príncipe que virará rei".
Abri com cuidado.
Lá dentro, estavam duas katanas:
Keraunos, a Lâmina do Trovão, forjada por Zeus.
Stygia, a Espada do Abismo, banhada no Rio Estige e moldada por Hades.
Quando toquei os cabos, a aura branca pulsou ao redor de mim com um rugido divino. As espadas aceitaram meu sangue como se me esperassem há séculos.
Senti o mundo estremecer.
Velka se aproximou, os olhos fixos nas espadas.
— Você vai se tornar um rei… mesmo que não queira.
— Só se você estiver ao meu lado.
Ela sorriu. Um sorriso triste, mas real.
— Estarei. Mesmo que o mundo vire contra você.
Me aproximei. Segurei sua mão.
— Você é minha chama. Meu lar. Se o Caos vier… eu lutarei. Mas se eu me perder...
— Eu te trarei de volta — ela disse, colando sua testa na minha. — Nem que eu precise atravessar o inferno com você.
Beijei-a de novo.
Mas dessa vez, não havia dúvida.
Havia destino.