O corredor leste do terceiro andar da Ala Sul estava quase deserto quando Bryan chegou. Seu novo uniforme das Lâminas do Crepúsculo parecia absorver as sombras ao seu redor, criando aquela estranha distorção visual que tornava difícil fixar o olhar nele por muito tempo. Era uma sensação estranha – não estar invisível, mas ser… desinteressante para os olhos dos outros.
Conforme Kethras havia indicado, duas estátuas de espadachins em posição de duelo guardavam um recesso na parede que, à primeira vista, não parecia conter nada além de pedra lisa. Bryan aproximou-se, estudando os detalhes das estátuas. Esculpidas em mármore negro com veias prateadas, representavam guerreiros em estilos de combate opostos – um em postura defensiva clássica da Academia Imperial, outro em uma posição de ataque.
Interessante escolha para guardiões do portal, pensou.
Entre as estátuas, a parede aparentemente comum continha uma depressão sutil, quase imperceptível – um selo arcano aguardando ativação. Bryan pressionou sua insígnia contra a superfície.
Por um momento, nada aconteceu. Então, linhas finas de luz prateada começaram a se espalhar pela pedra como veias luminosas, formando um padrão complexo de runas interconectadas. O ar tremulou como sobre uma chama, e a parede sólida se dissolveu, revelando um túnel inclinado que descia às profundezas.
Bryan avançou sem hesitação.
O túnel era curto, terminando em uma porta dupla de madeira escura reforçada com metal negro. Símbolos arcanos sutis cintilavam quando ele se aproximou, como se reconhecessem sua presença – ou mais precisamente, sua insígnia.
As portas se abriram silenciosamente.
A arena de treinamento das Lâminas do Crepúsculo não era nada como Bryan esperava. Enquanto outras facções exibiam instalações ostentosas e grandiloquentes – como a Alvorada Arcana com seus anfiteatros mágicos banhados em luz perpétua – o salão diante dele era surpreendentemente… prático.
Um espaço amplo e retangular, com teto alto e iluminação difusa que não criava sombras definidas. O chão era dividido em seções distintas: áreas de combate corporal com superfícies acolchoadas em diferentes densidades; pistas de obstáculos modulares que pareciam poder reconfigurarse; campos de treinamento com alvos móveis para prática de precisão; e uma seção central que, à primeira vista, parecia vazia – mas que Bryan logo percebeu conter runas de simulação de combate de alto nível.
O que mais chamou sua atenção, porém, foi a ausência quase total de ornamentos desnecessários. Nada de bandeiras elaboradas, estátuas imponentes ou demonstrações de poder. Apenas equipamentos perfeitamente mantidos e um design voltado para eficiência máxima.
As paredes eram revestidas de armas de todos os tipos imagináveis – muitas das quais Bryan jamais havia visto antes. Não apenas as espadas e adagas padrão da Academia, mas instrumentos letais de culturas distantes: lâminas curvas com runas antigas, artefatos de arremesso com encantamentos de retorno automático, cordas trançadas com metal flexível terminadas em pesos envenenados.
"Finalmente decidiu aceitar o convite," disse uma voz feminina atrás dele.
Bryan virou-se em um movimento fluido, sem demonstrar surpresa. Uma jovem estava encostada em uma coluna próxima – esbelta, com cabelos negros cortados em ângulo severo na altura do queixo. Seus olhos eram cinza-escuros, calculistas, avaliando-o sem pressa nem entusiasmo. Vestia o mesmo uniforme das Lâminas que ele, mas com detalhes adicionais em prata que indicavam maior antiguidade ou patente.
"Você me conhece?" perguntou Bryan, mantendo distância cautelosa.
A jovem desencostou-se da coluna com um movimento gracioso e começou a caminhar pelo perímetro da sala. Bryan notou que ela se movia sem fazer qualquer ruído – nem mesmo suas botas tocando o chão produziam som.
"Ryth Noctis," apresentou-se simplesmente. "Terceira Lâmina. E sim, conheço você, Bryan Blake. Venho observando desde seu primeiro dia."
Algo na maneira como ela falava – precisa, econômica, sem emoção aparente – era quase familiar para Bryan. Reconhecia nela o mesmo cálculo constante que ele próprio praticava.
"Observando?" perguntou, mantendo o tom neutro.
"É minha função. Avaliar potenciais recrutas. Rastrear talentos úteis." Ela fez uma pausa, chegando ao centro da arena. "Raramente Kethras aceita alguém tão rapidamente. Mais raro ainda em termos… especiais."
Bryan não se incomodou em perguntar como ela sabia dos termos de seu acordo. As Lâminas claramente funcionavam como um organismo único – informações circulavam internamente com eficiência.
"Você também participou do teste?" questionou, referindo-se à emboscada no Setor 7.
Ryth quase sorriu – um breve movimento no canto da boca que desapareceu tão rapidamente quanto surgiu.
"Não. Prefiro avaliar de longe. Os três que você enfrentou são bons, mas… descartáveis."
A frieza com que ela descreveu os próprios companheiros de facção como "descartáveis" confirmou a Bryan que estava diante de alguém tão pragmático quanto ele próprio. Possivelmente uma aliada útil, definitivamente uma adversária perigosa.
"Então, o que exatamente você veio fazer aqui hoje?" perguntou ela, cruzando os braços. "Reconhecimento? Teste do equipamento? Ou apenas curiosidade?"
Bryan estudou a arena novamente, já calculando como poderia utilizá-la para aprimorar suas habilidades.
"Familiarizar-me com os recursos," respondeu simplesmente. "Entender o que ganho com este acordo."
Ryth assentiu, aparentemente satisfeita com a honestidade pragmática.
"Compreensível." Ela apontou para a seção central, onde as runas de simulação estavam incrustadas no piso. "Aquelas são nossas Matrizes de Combate Adaptativo. Diferentes de qualquer coisa que você encontrará em outras facções. Não projetam ilusões elaboradas ou cenários fantásticos. Geram adversários reais – fisicamente manifestados através de magia de transição de densidade."
Bryan aproximou-se da área indicada, genuinamente interessado.
"Construtos sólidos?"
"Mais que isso," explicou Ryth, tocando uma das runas com a ponta da bota. Um brilho suave espalhou-se pelo chão. "São fragmentos de consciência coletiva de combatentes reais. Você não luta contra uma ilusão programada ou um boneco encantado – luta contra a experiência acumulada de centenas de assassinos, sentinelas e mestres de combate."
Os olhos de Bryan brilharam com interesse não disfarçado. Isso era algo verdadeiramente valioso – muito além do que esperava encontrar.
"Como…" começou, mas foi interrompido pelo som da porta abrindo-se novamente.
Três figuras em uniformes idênticos entraram. Pararam momentaneamente ao vê-lo, surpresos. Bryan reconheceu aquela reação – o olhar de veteranos quando um novato invade seu território estabelecido.
"Ryth," cumprimentou um deles, um homem alto com cicatrizes visíveis no pescoço acima da gola do uniforme. "Este é o novo… recruta?"
A hesitação na palavra "recruta" não passou despercebida por Bryan. Ryth tampouco pareceu apreciar o tom.
"Este é Bryan Blake," disse ela, sua voz agora carregando uma sutil nota de autoridade. "Novo membro das Lâminas, por decisão pessoal de Kethras. Suponho que isso seja informação suficiente para vocês, Darian."
O homem chamado Darian inclinou levemente a cabeça em reconhecimento da repreensão, mas seus olhos permaneceram fixos em Bryan – avaliando, calculando, medindo.
"Um prazer," disse ele, sem qualquer calor. "Esperamos ver suas… habilidades em ação em breve."
Bryan apenas assentiu, sem oferecer palavras. Aquele tipo de tensão territorial era esperado. Os três recém-chegados se dirigiram a uma seção distante da arena, começando seus próprios exercícios, mas Bryan sentia os olhares ocasionais em sua direção.
"Não se preocupe com eles," disse Ryth quando estavam novamente fora de alcance auditivo. "As Lâminas funcionam na base da capacidade comprovada, não da popularidade. Prove seu valor e eles o respeitarão, independentemente de quanto tempo você está aqui."
"Não estou preocupado," respondeu Bryan sinceramente. O respeito dos outros membros era irrelevante para seus objetivos.
Ryth estudou-o por um longo momento.
"Não, você realmente não está," observou com um toque de aprovação. "A maioria se importa demais com a aceitação. É… refrescante ver alguém focado apenas na utilidade."
Ela caminhou até um painel discreto na parede.
"Já que está aqui, que tal uma demonstração prática? A menos que prefira apenas observar hoje."
Bryan não hesitou.
"Demonstração."
Ryth manipulou o painel com movimentos precisos. As runas no centro da arena começaram a brilhar mais intensamente, um padrão pulsante que se expandia em círculos concêntricos.
"Nível 3 deve ser adequado para uma primeira avaliação," disse ela. "Não se preocupe – se as coisas ficarem complicadas demais, posso encerrar a simulação instantaneamente."
Bryan já estava se posicionando no centro do círculo rúnico, suas mãos instintivamente verificando a posição de suas armas.
"Nível 5," corrigiu ele. Se ia ser testado, preferia que fosse em condições reveladores.
Ryth ergueu uma sobrancelha, mas não argumentou. Ajustou o controle conforme solicitado, mas mesmo assim ficou surpresa, já que o nível máximo seria o Nível 10, que seria fragmentos de combatentes RANK A e praticamente poucos praticavam no nesse nível, e ainda por cima Bryan era Tier E.
"Sua confiança é… intrigante," comentou. "Iniciar em três… dois… um…"
O ar no centro da arena condensou-se rapidamente, partículas luminosas coagulando-se em formas humanoides. Bryan ativou sua Análise de Combate, observando o processo com interesse clínico. Não era magia de invocação tradicional, nem criação de golens – era algo mais avançado, uma técnica que ele não reconhecia completamente.
Em segundos, três oponentes materializaram-se totalmente – guerreiros em armaduras leves, portando armas diferentes: um com lâminas gêmeas, outro com uma lança flexível articulada, e o terceiro com guantes reforçados de combate corpo a corpo.
Sem aviso, eles atacaram simultaneamente.
Enquanto Bryan enfrentava sua primeira sessão de treinamento nas Lâminas do Crepúsculo, Selene caminhava pelos corredores ornamentados da torre residencial da Alvorada Arcana. Seus passos eram deliberadamente lentos, sua mente trabalhando em múltiplas camadas de possibilidades.
O comportamento de Hanna a intrigava. Por dois anos, ela havia observado a jovem maga como um modelo perfeito de controle e ambição cuidadosamente direcionada. Hanna Velmira nunca cedia a impulsos, nunca permitia que emoções interferissem em seus objetivos, nunca demonstrava vulnerabilidade, Até hoje.
Seu dispositivo de comunicação projetou uma pequena tela holográfica enquanto ela caminhava. Selene percorreu registros de acesso da biblioteca – confirmando o que já suspeitava. Hanna não havia estado na Seção Restrita no período mencionado. Na verdade, seu registro de localização mostrava um gap de quase duas horas – tempo durante o qual seu sinalizador de presença estivera completamente desativado.
Intrigante.
Com um gesto, Selene mudou para outro registro – a lista de acesso aos dormitórios E, onde Bryan Blake estava alojado. Nada oficial, é claro. Mas como Segunda Arcana da Alvorada, Selene tinha acesso a informações que poucos poderiam obter.
Um padrão interessante começou a emergir.
Selene parou diante de uma janela ampla que oferecia vista para os jardins suspensos da Academia. O sol começava a se pôr, pintando o céu em tons de púrpura e dourado que refletiam em cascata pelos campos de treinamento e torres distantes.
Seu reflexo no vidro sorriu – um sorriso calculista que não alcançava seus olhos frios.
Hanna e o novato. Um desenvolvimento inesperado, mas potencialmente útil.
Selene havia investido tempo demais construindo sua posição na Alvorada Arcana para permitir que uma variável não calculada interferisse. Seus planos dentro da facção – e além dela – eram meticulosamente estruturados. Se Hanna estava desenvolvendo… complicações emocionais… isso precisava ser gerenciado. Ou explorado.
Seu dispositivo vibrou levemente. Uma notificação discreta: um dos seus contatos acabara de registrar a entrada de Bryan Blake na arena de treinamento das Lâminas do Crepúsculo.
Então ele havia aceitado a oferta deles.
Isso mudava algumas coisas em seus cálculos. A Alvorada e as Lâminas mantinham uma paz fria – não eram inimigos declarados como os Punhos de Aço, mas sua filosofia e métodos eram fundamentalmente opostos. A Alvorada operava na luz, ostentando poder e influência; as Lâminas preferiam a sombra, o sigilo, o controle invisível.
Se Bryan Blake estava agora afiliado às Lâminas… e Hanna havia desenvolvido algum tipo de envolvimento com ele…
As possibilidades se multiplicavam rapidamente na mente de Selene.
"Vejo que está contemplativa esta noite," disse uma voz melodiosa atrás dela.
Selene não se virou imediatamente. Reconhecia a voz de Aria Lumina, Primeira Arcana e líder nominal da facção. Seu tom educado mascarava uma mente tão calculista quanto a própria Selene – talvez mais.
"Apenas considerando alguns desenvolvimentos recentes," respondeu Selene, finalmente virando-se para encarar a outra mulher.
Aria Lumina era o epítome do que a Alvorada Arcana representava para o mundo exterior – beleza elegante, poder controlado, sofisticação intelectual. Seus cabelos platinados caíam em ondas perfeitas sobre os ombros, e o uniforme cerimonial branco e dourado da facção parecia ter sido criado especificamente para ela.
"Relacionados ao nosso pequeno projeto de recrutamento?" perguntou Aria, posicionando-se ao lado de Selene diante da janela.
"Indiretamente," respondeu Selene, decidindo quanto revelar. "Hanna falhou em recrutar Blake."
"Decepcionante, mas não inesperado. Ele tem… uma natureza independente." Aria estudou o reflexo de ambas na janela. "Mas sinto que há mais nessa história."
Selene contemplou suas opções. Manter a informação para si poderia ser útil mais tarde – mas compartilhar seletivamente também tinha seus benefícios.
"Acredito que Hanna possa ter desenvolvido um interesse… pessoal no alvo," revelou finalmente.
Aria não demonstrou surpresa imediata – apenas uma leve alteração no ritmo de sua respiração traiu que a informação era inesperada.
"Como interessante," murmurou. "Nossa dedicada e calculista Hanna… distraída por um novato."
"E não qualquer novato," acrescentou Selene. "Um que acaba de se afiliar às Lâminas do Crepúsculo."
Isso realmente capturou a atenção de Aria. Ela virou-se completamente para encarar Selene, seus olhos violetas brilhando com uma intensidade renovada.
"Tem certeza disso?"
Selene inclinou a cabeça em confirmação.
"Confirmado há menos de uma hora. Ele está na arena deles neste momento, aparentemente já portando o uniforme e insígnia."
Aria voltou a olhar pela janela, seu reflexo agora revelando um sorriso fino e calculado.
"O jovem Blake continua nos surpreendendo," disse ela depois de um longo momento. "Primeiro sobrevive ao Portal Irregular, depois derrota Kyle Trevane de maneira tão… decisiva, e agora isso." Ela fez uma pausa. "Kethras não costuma fazer recrutamentos apressados. O que ele viu, eu me pergunto?"
"A mesma coisa que todos notamos, mas talvez com mais clareza," sugeriu Selene. "Bryan Blake não é o que parece."
Aria assentiu lentamente.
"Quanto a Hanna…"
"Devo intervir?" perguntou Selene, antecipando a questão.
Aria considerou por um momento, seus dedos finos tamborilando levemente contra o vidro da janela.
"Não. Não ainda. Esta… complicação pode ser útil." Ela sorriu – um gesto frio e preciso. "Às vezes, as ligações pessoais nos oferecem acessos que métodos mais diretos não conseguem."
"Você está sugerindo que a deixemos prosseguir com este… envolvimento? Por razões estratégicas?"
"Estou sugerindo que observemos atentamente como isso se desenvolve." Aria virou-se, preparando-se para partir. "Mantenha Hanna próxima. Deixe-a acreditar que seu segredo está seguro. E informe-me de qualquer… progresso."
Selene inclinou a cabeça em assentimento. "Como desejar."
Enquanto Aria se afastava pelo corredor, seu manto branco ondulando suavemente atrás de si, Selene permitiu-se um momento de reflexão genuína. O jogo havia se tornado mais complexo – e muito mais interessante.
Bryan Blake. As Lâminas do Crepúsculo. Hanna Velmira.
E em algum lugar nessa teia de conexões, uma oportunidade esperava para ser explorada.
O último dos construtos de treinamento dissolveu-se em partículas luminosas que se dispersaram no ar. Bryan permaneceu no centro da arena, respirando controladamente, apenas uma fina camada de suor revelando o esforço do combate intenso.
Ryth observava da lateral, braços cruzados, expressão impossível de decifrar. Os outros três membros das Lâminas haviam interrompido seu próprio treinamento para assistir – inicialmente com ceticismo, depois com interesse crescente, e finalmente com uma atenção total que beirava o respeito relutante.
"Impressionante," disse Ryth finalmente, aproximando-se. "Nível 5 é considerado avançado mesmo para membros com meses de treinamento."
Bryan reposicionou suas armas nos coldres, movimentos precisos e econômicos.
"Eram bons," comentou. "Especialmente o do meio. Tinha padrões de ataque pouco convencionais."
"Baseado em um assassino Rakkari do continente leste," explicou Ryth. "Morto há cinquenta anos, mas seu estilo de combate foi preservado em nossas matrizes." Ela fez uma pausa, estudando Bryan com intensidade renovada. "Você adaptou-se às técnicas dele com… rapidez incomum."
Bryan não ofereceu explicação. Darian e os outros dois aproximaram-se cautelosamente, a hostilidade inicial agora temperada com uma curiosidade profissional.
"Você luta como alguém treinado por décadas," observou Darian, uma nova nota de respeito em sua voz. "Onde aprendeu aquela técnica de contra-ataque com torção invertida?"
"Instinto," respondeu Bryan simplesmente.
Os três trocaram olhares céticos, mas não insistiram.
"Bem," disse Ryth, "parece que as Lâminas ganharam um recurso valioso." Ela olhou para um relógio arcano na parede. "É suficiente para uma primeira sessão. O uso excessivo das matrizes pode causar fadiga mental mesmo em veteranos."
Bryan assentiu, reconhecendo o fim da sessão. Enquanto se preparava para sair, Ryth aproximou-se novamente.
"Uma observação, Blake," disse ela em voz baixa, apenas para ele ouvir. "Você luta como alguém que já enfrentou a morte verdadeira muitas vezes. Não apenas simulações ou duelos controlados." Seus olhos cinzentos perfuraram os dele. "É uma qualidade rara… e reveladora."
Bryan sustentou seu olhar sem se abalar.
"Experiência é experiência," respondeu vagamente. "Independente de como foi adquirida."
Ryth assentiu lentamente.
"As Lâminas valorizam a eficiência acima dos métodos ou origens," disse ela. "Lembre-se disso, e você irá longe aqui."
Enquanto Bryan se retirava da arena, sentiu os olhares dos quatro membros das Lâminas seguindo-o. Não eram mais olhares de desconfiança ou desdém – eram olhares de avaliação cuidadosa, de cálculo tático.
Exatamente como ele esperava.
A arena da facção seria um recurso valioso – não apenas pelos equipamentos avançados ou técnicas exclusivas, mas pela informação. Cada sessão de treinamento revelaria mais sobre as Lâminas, seus métodos, seus objetivos.
E conhecimento, como Bryan sempre soube, era a arma mais poderosa de todas.
Enquanto subia as escadas de volta aos níveis principais da Academia, Bryan começou a planejar mentalmente seu cronograma para os próximos dias: sessões de treinamento privado, preparação para as aulas regulares, os portais que agora poderia acessar graças à facção, a armadura personalizada que estaria pronta em breve…
E, talvez, uma conversa pendente com certa maga da Alvorada Arcana cujo segredo agora estava nas mãos de pessoas muito mais perigosas do que ela imaginava.