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Chapter 10 - 10. Ferro Contra Orgulho

Quando Bryan e Laerith finalmente chegaram ao auditório principal da academia, os olhares se voltaram imediatamente para eles. O amplo auditório, iluminado suavemente por cristais encantados que flutuavam sob o teto abobadado, já estava lotado pelos estudantes recém-admitidos da Classe E-1, minhas sussurradas diminuíram ao ver a dupla entrar.

Bryan, ainda sob o efeito dos acontecimentos anteriores, mantinha uma expressão fria e impenetrável, enquanto Laerith caminhava a seu lado com passos leves e serenos, embora seu semblante revelasse uma leve apreensão por serem os últimos a chegar. Assim que se sentou na fileira posterior, a Diretora da Academia, uma mulher alta e elegante, com cabelos prateados presos em um coque impecável e olhos verdes penetrantes, se falou lentamente do centro do palco.

Sua presença era imponente, e com um simples gesto, o silêncio completo se instalou no auditório.

— "Muito bem", começou ela, com uma voz clara e firme que preenchia todo o recinto. "Agora que todos os estudantes da Classe E-1 estão presentes, podemos iniciar formalmente nossa sessão de orientação."

A Diretora fez uma breve pausa, como se medisse cuidadosamente cada palavra que diria a seguir.

— "Vocês agora fazem parte da Academia Imperial de Elyndor, uma instituição dedicada a forjar não apenas poderosos e magos, mas indivíduos dignos de carregar nosso legado guerreiro. Portanto, nossa primeira tarefa é deixar bem claro quais são as regras fundamentais que todos devem seguir."

Ela gesticulou suavemente, e atrás dela, no ar, runas douradas surgiram a surgir, exibindo claramente cada regra explicada.

— "Em primeiro lugar, sob nenhuma circunstância são permitidos duelos até a morte dentro das dependências da academia. Qualquer desvio desta regra será severamente punido. Nosso objetivo aqui é aprimorar habilidades, não cultivar assassinos."

Uma runa brilhante que exibe esta regra pulsada intensamente, reforçando a gravidade da mensagem.

— "Segundo, nenhum estudante tem permissão para deixar a academia sem uma autorização oficial. Aqueles que tentarem sair sem permissão serão rastreados por nosso sistema mágico de segurança e sofrerão punições rigorosas, que incluem desde a perda significativa de pontos até a expulsão definitiva."

A menção à expulsão fez alguns estudantes se remexerem inquietos em suas cadeiras. A Diretora manteve o olhar frio e contínuo sem hesitação.

— "A academia possui patrulhas mágicas ativas vinte e quatro horas por dia, que garantem não apenas a segurança dos alunos, mas também o cumprimento estrito dessas regras. Cada estudante possui um número limitado de autorizações de saída por mês, geralmente destinado a situações específicas, como missões especiais ou emergências pessoais."

Uma nova runa surgiu, exibindo claramente as condições das autorizações de saída.

— "Terceiro ponto: nosso sistema interno é baseado em pontos acadêmicos. Esses pontos são ganhos apenas através de mérito e desempenho em missões, atividades acadêmicas, treinos e torneios internos. Esta abordagem foi aplicada para garantir que todos, independentemente de origem ou posição social, tenham oportunidades iguais e justas."

Ela lançou um olhar incisivo diretamente para um grupo específico de nobres, que desviaram o olhar discretamente.

— "Portanto, a academia não tolerará abusos de poder ou tentativas de usar influência externa para obter vantagens indevidas. Somos justos, imparciais, e esperamos que todos respeitem essa filosofia."

A Diretora fez uma pausa longa e deliberada antes das obrigações.

— "Agora, sobre a estrutura interna de poder estudantil. Dentro da academia existem grandes facções estudantis, cada uma com suas próprias filosofias e métodos."

Ela gesticulou novamente, e três símbolos surgiram no ar, brilhando suavemente com diferentes núcleos e emblemas:

Lâminas do Crepúsculo: Representadas por uma lâmina envolta em sombras, simbolizando aqueles que acreditam no equilíbrio entre força e sabedoria, praticando uma abordagem pragmática e discreta em seus objetivos.

Alvorada Arcana: Um sol dourado com raios luminosos, simbolizando os estudantes que valorizam o conhecimento mágico acima de tudo, buscando supremacia através do domínio absoluto da teoria e prática mágica.

Punhos de Aço: Um escudo quebrado por um punho fechado, representando os alunos que seguem um caminho mais combativo e direto, onde o poder físico e a coragem em batalha são mais valorizados do que sutilezas políticas ou mágicas.

— "Além disso, temos o Conselho Estudantil, a maior autoridade estudantil dentro da academia, formada por sete líderes. Esses líderes são escolhidos pelos próprios membros das facções e possuem autoridade direta para mediar conflitos, aplicar punições menores, e representar o corpo estudantil transferido à direção."

Ela omitiu especificamente detalhes sobre os nomes ou identidades desses líderes, deixando um mistério no ar que aumentou a curiosidade geral no auditório.

— "Em breve vocês conhecerão melhor cada um desses grupos e poderão decidir se desejam se juntar a alguns deles."

Finalmente, a Diretora avançou para um assunto que interessa claramente a todos ainda mais:

— "Sobre suas aulas e atividades acadêmicas: teremos três disciplinas principais, cada uma essencial para sua formação."

Enquanto ela falava, as runas se transformavam, detalhando claramente cada disciplina no ar:

Duelo: "Vocês aprenderão técnicas de combate individual, estratégias de defesa e ataque, tanto mágicas quanto físicas, além de códigos de conduta em combate."

Caça: "Esta aula envolverá missões práticas fora dos limites protegidos da academia, onde vocês deverão rastrear e eliminar monstros reais. A experiência adquirida aqui será vital para seu crescimento."

Teoria Mágica: "Aqui aprenderão fundamentos essenciais e avançados da magia, suas aplicações práticas e o domínio sobre as diversas formas de energia arcana."

Em seguida, ela disse aos campos de treinamento da academia:

— "A academia possui campos específicos para práticas mágicas e físicas. O Campo Arcano é dedicado exclusivamente à prática e desenvolvimento seguro de feitiços, protegido por barreiras mágicas especializadas. Já a Arena Física é destinada a treinamento corporal intenso, resistência e agilidade."

Terminando sua explicação, a Diretora suspirou levemente, deixando o peso das informações assentar sobre os estudantes.

— "Estas são as regras e oportunidades que nossa academia oferece a vocês. Respeitem essas diretrizes e trilharão um caminho glorioso dentro destas paredes. Que este seja o início da jornada que transformará cada um de vocês em alguém digno do nome que carregam."

Ela deu um breve aceno de cabeça, encerrando uma sessão de orientações com uma nota solene.

A sala ficou em silêncio por alguns segundos, absorvendo todas aquelas informações. Ao lado de Bryan, Laerith soltou uma respiração contida, lançando-lhe um olhar de soslaio antes de murmurar em voz baixa:

— "Bem-vindo oficialmente à Academia Imperial de Elyndor, Bryan."

Logo em seguida os alunos foram dispensados, e iriam se informar em seu dispositivo mágico, sobre suas próximas aulas

O corredor que levava aos campos de treinamento era largo e iluminado por lâmpadas mágicas que flutuavam, presas por correntes de mana estável. O mármore polido do chão refletia os passos dos alunos como espelhos opacos — mas Bryan não via reflexo. Apenas movimento. A sensação de estar invisível, como um espectro vagando entre os vivos, o acompanhava. Ele sentiu a pressão do olhar dos outros, mas não se deixou abalar.

Sem pulso esquerdo, o dispositivo mágico recém-integrado pulsava suavemente com luz esverdeada. Parecia um bracelete, mas era mais do que isso. Exibia uma interface clara com um mapa tridimensional da academia, sistema de créditos, notificações de aulas, Inclusive, era a única chave que destrancava seu quarto pessoal no alojamento da Classe E-1. Mas, para Bryan, tudo isso era secundário. Ele mal havia sido testado metade das funções. A tecnologia era fascinante, mas seu interesse estava voltado a algo mais direto: força, propósito... e o que havia além.

Seguindo pelas escadas externas, ele cruzou com bolsas de estudantes. Alguns com grimórios flutuando ao lado, outros acompanhados de familiares éteres. A maioria ignorava sua presença — outros... não. Sussurros escaparam entre as colunas, como se o próprio fosse carregado de rumores.

— "É ele... o do refeitório." — uma voz sussurrada, quase reverente.

— "Aquele que feriu Roldan com um soco só..." — outra voz, mais baixa, mas cheia de admiração.

— "Você viu a mandíbula dele? Tiveram que selar com placas de prata..." — a terceira voz, um misto de espanto e respeito.

— "Mas ele é tão... bonito." — uma garota murmurou, a timidez evidente em seu tom.

— "Bonito é pouco. Ele é gostoso.." — a disse a última com voz, cheia de encanto.

Garotas cochichavam entre si, disfarçando os olhares. Alguns, ao perceberem que ele escutava, coraram, desviando o olhar com risadinhas abafadas. Mas Bryan segue em silêncio. Postura reta. Passos sem pressa. A expressão — indiferente, mas por dentro, um turbilhão de emoções ou consumo. Ele não queria ser um ícone, não queria ser admirado. Queria apenas concluir seu objetivo.

O campo de treinamento foi aberto como uma arena descoberta, ladeada por arquibancadas com escadas suspensas e fileiras de observadores. Runas flutuavam no centro, marcando áreas de duelo, zonas de resistência mágica e setores de teste físico. Ecos de feitiços ressoavam ao longo. Gritos. Conjurações. A profundidade crua de espadas e aura. O cheiro de terra e suor misturava-se ao ar, criando uma atmosfera eletricamente incluída.

Ele cruzou as laterais laterais e foi notado imediatamente. Os murmúrios cresceram, como um rugido distante.

— "É ele..." — um estudante designado, os olhos arregalados.

— "O cara da Classe E-1..." — outro completou, a voz trêmula de motivação.

— "Dizem que ele não tem casa nobre registrada." — um terceiro, com um tom de desprezo.

Bryan ignorou. Até que... foi cercado.

Cinco figuras. Três homens. Duas mulheres. Todos com mantos azul-marinho com emblemas de ouro na gola — a marca da Facção Sentinelas de Roldan . Estavam desejados em arco. Um cerco informal, mas com intenção clara: confrontar. O que estava ao centro era o mais alto — cerca de 1,80m, cabelos prateados curtos e um olhar glacial. As sobrancelhas finas, o queixo firme, e um anel de mana viva pulsando em seu indicador dedo. Ele sabia com dicção impecável. Fria.

— "Você agrediu um dos nossos. Cruelmente. Viu o que fez com Roldan?" — a voz do líder era como um fio de gelo, cortante e sem emoção.

Bryan parou. Os olhos âmbar se fixaram no rapaz. Por um segundo... só silêncio. O grupo aguardava resposta, a tensão não era palpável, quase elétrica.

Mas Bryan... suspirou. Longo. Quente. E então... interrompeu.

sua voz cortou o ar como aço arrancado da bainha. Ó Tom era grave. Quase rude. Direto como uma navalha.

— "Foda-se você e sua facção de merda." — as palavras saíram como uma sentença, desafiadoras e implacáveis.

O impacto da frase reverberou no ar, como um trovão distante. O silêncio dominou a arquibancada. Todos ouviram. Os três rapazes da facção ficaram tensos. Um deles — moreno, olhos dourados, cabelo bagunçado em mechas trançadas — segurava um bastão de energia. Seu nome era Kaeren Lys. Um Mago Conjurador especialista em domínios de contenção. Ele deu um passo à frente, como se testasse a linha.

— "Ele não tem respeito algum..." — a garota à esquerda, Velyssia Merrow, olhos vermelhos e cabelo lilás em trança dupla, mordeu os lábios inferiores, a frustração evidente em seu tom.

— "Ele nos provocou." — disse o outro rapaz, de barba curta, pele morena e traços quadrados. Magia rúnica nos braços, visivelmente ofensiva. Seu olhar era de pura raiva.

O quinto do grupo, calado, cruzou os braços. Era o mais novo. Rosto bonito. Jovem demais pra tanta raiva nos olhos. Mas o líder — o primeiro a falar — apenas sincero. Um sorriso que não chega aos olhos, um sorriso que promete dor.

— "Você vai se arrepender." — ele estendeu a mão, e uma runa foi traçada no ar. O chão começou a brilhar, pulsando com uma energia ameaçadora.

Bryan não esperou. Sua mão direita foi para as costas — e as lâminas gêmeas cintilaram sob a luz mágica, refletindo a tensão do momento. A atmosfera se partiu, como se o próprio espaço estivesse se preparando para a batalha.

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