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Avatar: A Lenda de Zephyr – O Vento que Ninguém Pode Ver

marcos_vinicius_4056
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Synopsis
Reencarnado no mundo de Avatar sem família, dinheiro ou mestre, Zephyr só tem duas coisas: a memória de quem já viu a série inteira… e um sistema robótico que concede poder à medida que suja as mãos. Para sobreviver, entra para a gangue Agni Kai como menino-de-recados – carrega envelopes, apaga pegadas e, sem perceber, vai despertando a dobra de ar que ninguém mais pode ensinar. Enquanto Mako e Bolin lutam para não virar cinza, Zephyr luta para não ser descoberto: cada rajada de vento que salva uma vida pode custar a dele se Tenzin – ou pior, a Lotus Vermelha – descobrir que existe um quinto dobrador de ar no mundo. A missão é simples: salvar quem pode, upar o máximo possível e, quando o tempo chegar, quebrar o destino antes que o fogo queime tudo de novo.
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Chapter 1 - CHAPTER 1 – THE BOY WHO DIDN’T KNOW HE WAS WIND

## Livro 1 – O Vento Que Ninguém Pode Ver 

### Capítulo 1 – O Menino Que Não Sabia Que Era Vento 

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## I. ACORDAR SEM VENTO 

A primeira coisa que Zephyr sentiu foi o fedor. 

Enxofre, óleo de máquina, fumaça de carvão, suor humano. 

Depois veio a dor – como uma britadeira dentro do crânio – e a fome, uma lâmina girando sob suas costelas. 

Ele abriu os olhos e viu uma fresta de céu cinzento espremida entre paredes de tijolo preto. 

Um despertador da reencarnação: sem alarde, apenas pedra fria e o eco de martelos a vapor. 

Letras azuis pairavam no ar, impassíveis, atualizando-se como um letreiro eletrônico: 

> [Iniciado pelo sistema] 

Usuário: Zephyr (alma reencarnada) 

> Elemento: ??? (latente) 

> XP: 0 

Atributos: FOR 1 | VIT 1 | AGI 1 | INT 1 | SOR 1 

Habilidades: nenhuma 

Status: vulnerável 

Ele tentou falar com a interface – "Que diabos é isso?" – mas ela não emitia voz, nenhum tutorial, nenhum marcador de missão. 

Apenas silêncio e números. 

> [Ação: sistema de endereço – falha] 

> +0 XP 

Seu novo corpo tinha dez, talvez onze anos – desnutrido, descalço, vestido com uma túnica feita de saco de batatas. 

Sem família, sem moedas, sem crachá – apenas um broche de cobre preso na parte interna da gola: um círculo com uma espiral. 

Ele desabotoou o prendedor, enfiou-o num bolso e rastejou em direção à entrada do beco. 

A Cidade República se desdobrava diante dele como uma planta viva: 

Guindastes a vapor, cabos de bondes, o zumbido distante de um trem magnético. 

Ele reconheceu imediatamente – ele havia *maratonado* essa série em um laptop com a tela trincada em outra vida. 

"Droga, estou *dentro* do desenho animado", murmurou ele 

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Os cais cheiravam a alcatrão e vísceras de peixe. 

Ele trocou o broche de cobre com um comerciante bêbado por dois pães de centeio e uma xícara de chá frio. 

> [Ação: troca – sucesso] 

> +1 XP 

Ele comia devagar, mecanicamente, enquanto analisava os padrões: 

rodízio de guardas, horários de entrega, quais becos tinham duas saídas. 

A informação se resumia a calorias – e as calorias mantinham a lâmina longe de sua coluna. 

> [Ação: observar – sucesso] 

> +3 XP 

Um sinal tocou – troca de turno. 

Os operários saíam da fundição como formigas. 

Entre eles, duas crianças se destacaram: 

- Um menino magro, de onze anos, cabelo escuro e desgrenhado, olhos como carvão queimado – **Mako**. 

- Um garoto mais baixo, de dez anos, cabelo preto, rosto redondo, roupas dois números maiores – **Bolin**. 

Eles seguravam uma caixa de lata amassada como se ela contivesse ouro. 

Três capangas da Agni-Kai, vestidos com casacos vermelhos, bloquearam o caminho deles. 

Zephyr sentiu um aperto no estômago – ele *conhecia* aquela cena. 

Não da série – da *vida real*. 

Valentões, presas, testemunhas paralisadas de medo. 

Ele se mudou mesmo assim. 

---

Zephyr correu em disparada, cravou os dentes no pulso do bandido mais próximo e o atacou. 

O fogo, com chamas , chamuscou as tábuas do cais. 

Mako reagiu instantaneamente: um chicote de chamas estalou, dispersando os gângsteres. 

Ele agarrou Bolin e a caixa e subiu correndo uma escada de serviço. 

Zephyr ficou encarando o ferido Agni-Kai, com a faca em punho e os olhos em chamas. 

> [Ação: intervir – sucesso] 

> +5 XP 

Aviso: risco letal detectado 

O homem avançou. 

Zephyr recuou, com o calcanhar roçando o ar vazio acima do canal. 

Então veio o vento – não uma brisa, mas uma rajada de ar que derrubou o bandido com um soco. 

Zephyr não entendeu o que tinha feito. 

O sistema registrou isso silenciosamente: 

> [Dominação do ar latente – ativação acidental] 

Custo: fadiga leve 

Ele não esperou por explicações. 

Ele correu. 

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Atrás dos guindastes, num beco com cheiro de ferrugem e urina de gato, ele os encontrou novamente. 

Mako estava contando moedas – poucas demais. 

Bolin estava lambendo migalhas de um papel de embrulho. 

Zephyr entrou na luz, com as palmas das mãos abertas. 

Vocês estão com fome? 

Os olhos de Mako se estreitaram. 

Bolin respondeu honestamente: "Estamos *morrendo*". 

Zéfiro sentou-se no chão, em pé de igualdade. 

"Eu sei onde há trabalho." 

Não é legal. 

Mas **compensa**. 

E isso **alimenta**." 

Mako ponderou as palavras – matemática da sobrevivência. 

"Onde?" 

"Agni Kai." 

Bolin engoliu em seco. 

"Eles são perigosos." 

"A inanição também", respondeu Zephyr. 

Mako exalou, derrotado. 

"Multar. 

Mas se você nos armar uma cilada, eu te **queimo**." 

Zephyr sorriu – cansada, mas não com medo. 

"Justo." 

---

A porta do esconderijo ostentava o brasão com as chamas gêmeas. 

O Capitão Shun – com o pulso ainda enfaixado devido à mordida de Zephyr – abriu a porta. 

"Quem são esses pirralhos?" 

Zéfiro deu um passo à frente. 

"Nós corremos." 

Nós transportamos. 

Mantemo-nos em silêncio. 

Nós não perguntamos. 

Não reclamamos." 

O sorriso de Shun era puro sorriso. 

"Então, lá dentro." 

Lembre-se: **erros custam caro**. 

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Durante três semanas, os "faz-tudo" viveram nas sombras: 

- Entregar cartas lacradas. 

- Apitar quando as patrulhas virassem as esquinas. 

- Esfregar sangue e cinzas dos pisos do porão. 

- **Nunca** abra envelopes. 

- **Nunca** pergunte. 

Zephyr acatou o pedido e **registrou os dados**. 

> [Rotina diária – 21 dias] 

+5 XP por dia 

Total: +105 XP 

Certa madrugada, sozinho na escadaria da mina de carvão, ele sentiu os números **mudarem**. 

[Limite de XP atingido – Nível 1 desbloqueado] 

> **5 pontos de atributo disponíveis** 

> **1 ponto de habilidade disponível** 

Ele os distribuiu em silêncio: 

- **+2 VIT** (para que a fome não o derrubasse) 

- **+2 AGI** (para que ele pudesse superar erros) 

- **+1 Dominação do Ar (latente → nível 1)

> [Atributos atualizados] 

> FOR 1 | VIT3 | AGI 3 | INT 1 | SOR 1 

Habilidades: Dominação do Ar (1) – não descoberta 

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Detalhes da punição: cinquenta sacos de 30 kg de areia de fundição, cada um transferido da pilha para a esteira transportadora. 

Sozinho no hangar ecoante, o Zephyr enchia, decolava, caminhava, descarregava – repetia o processo. 

Saco 27: a corda escorregou; a areia derramou, formando uma espiral perfeita. 

Ele congelou. 

Se alguém visse areia se mover sozinha… 

Ele esmagou a espiral com o pé. 

> [Ação: suprimir a flexão – sucesso] 

+2 XP 

> Fadiga: mental, leve 

Bolin cantarolava desafinadamente por perto – **sem dar atenção**. 

Mako, no entanto, **observou** por três segundos completos e depois voltou ao trabalho – **em silêncio**. 

Saco 43: Bolin tropeçou, o saco rasgou e uma avalanche de areia atravessou a esteira rolante. 

Esteira transportadora **travada**. 

Alarme soou. 

O Capitão Shun entrou furioso. 

"**QUEM?**" 

Bolin empalideceu. 

Mako deu um passo à frente, pronto para assumir a culpa. 

Zephyr **falou primeiro**. 

"**Eu.** Escorreguei." 

O sorriso de Shun tornou-se cirúrgico. 

Você termina sozinho. 

**A noite toda**. 

**Sem comida**. 

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As portas bateram com força. 

Restaram cinquenta sacos. 

> [Trabalho forçado – início] 

Custo de resistência: 1% por saco 

Inalação de Zephyr – **profunda, deliberada**. 

Ele **deixou** o ar **ajudar** – pequenos empurrões, defesas invisíveis. 

> [Curva oculta – Rajada nível 1] 

Energia economizada: 20% 

Risco de detecção: 5% 

Sack 50 atingiu o cinto às 03:47. 

Ele desabou contra a parede, com o peito arfando – **mas sorrindo**. 

> [Penalidade cumprida – sucesso] 

> +50 XP 

+1 de Vigor (permanente) 

Recompensa: **dois pãezinhos frios** deslizados por baixo da porta. 

05:55. 

As portas se abriram. 

Mako e Bolin entraram – com os olhos vermelhos, carregando **chá quente** que haviam roubado da chaleira da cozinha. 

Bolin entregou um pãozinho para Zephyr – **sem palavras**. 

Mako simplesmente disse: 

"Hoje dividimos o peso." 

Ninguém fica para trás.**" 

O sorriso de Zephyr era cansado, mas genuíno. 

> [Título: fundo fiduciário consolidado com Mako & Bolin] 

> Bônus: **Trabalho em equipe +1** 

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> [Total de XP: 186] 

Nível 2 alcançado – **5 novos pontos de atributo** acumulados 

> **1 novo ponto de habilidade** acumulado 

**Não é necessário mestre** – **o vento aprende sozinho** 

Zéfiro fechou os olhos, sentindo a brisa enrolar-se em seus dedos – invisível, faminta, sua.