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Após doze longos meses de cultivo intenso, finalmente chegou a hora da **seleção na Seita da Pedra Celestial**, realizada na cidade próxima.
Meu objetivo era simples: ser aceito como um **cultivador externo**.
Você deve estar se perguntando... *O que exatamente é um cultivador externo neste mundo?*
Bem, ao contrário de outras regiões, aqui um cultivador externo é basicamente um **mercenário licenciado** sob o nome da seita. Ele analisa as missões disponíveis, verifica quantos **pontos de contribuição** pode ganhar, aceita a tarefa e parte.
Eles compram seus próprios manuais. A maioria é **autodidata**.
> Somente quando alguém realmente se destaca é que recebe o convite para se tornar um cultivador interno — onde começa a participar das correntes políticas mais profundas da seita.
Mas eu?
Eu só queria ser **deixada em paz**. Livre. Independente. Forte o suficiente para sobreviver.
Minha força havia crescido com sangue, suor e contratempos. Talvez eu pudesse agora **partir uma árvore ao meio com minhas próprias mãos**, mas isso não significava nada comparado ao que cultivadores de verdade conseguiam fazer.
Nos últimos meses, eu dependia muito do meu **anel espacial**. Descobri um recurso muito prático: ele podia **armazenar pílulas em compartimentos** e consumi-las instantaneamente durante o combate.
Com espaço limitado, dividi o armazenamento assim:
1. Um terço para **ginseng** e itens que prolongam a vida.
2. Outra para **pedras espirituais**, minhas reservas de energia.
3. E o resto para **armas** — espadas, machados, chicotes. Um arsenal variado.
Quando cheguei na cidade e fui em direção ao local do torneio, percebi o quão intensa era a competição.
**Centenas de jovens cultivadores** — alguns mais fortes, outros mais rápidos, muitos com auras estranhas ou características incomuns. Linhagens, físicos raros... o lugar fervilhava de Qi.
> "Se eu não fosse protagonista da minha própria vida, juraria que alguns desses caras são protagonistas de outra história", pensei.
As primeiras partidas foram mornas. Algumas decentes. Outras simplesmente bizarras — como assistir a duas feras míticas colidindo sem motivo. Mas então... algo mudou.
À direita da arena, **dois nomes** foram anunciados.
E o ar... ficou parado.
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### **Cena: O duelo que fez o céu prender a respiração**
**No nono dia do primeiro ciclo lunar**, os candidatos se reuniram para mais uma disputa.
Mas o que eles testemunharam... ninguém poderia ter previsto.
**Ela**: *Mei Yanliu*, a **Pétala que Desafia a Tempestade**
— Leve como uma pena. Olhos verde-jade. Seus passos mal tocavam o chão.
— Seu Qi era sutil, quase invisível... mas com um movimento de mão, ela podia fazer o vento cortar pedras.
— Dizia-se que ela nasceu durante uma tempestade de neve sem nuvens.
**Ele**: *Tian Renshu*, o **Martelo do Trovão Celestial**
— Alto para a idade. Voz firme. Um olhar sério demais para um garoto.
— Seus punhos estalavam com o Qi do trovão, cada movimento fazendo o ar chiar.
— Dizem que seu primeiro choro quando recém-nascido foi seguido por um trovão no céu.
O ancião levantou a mão.
O silêncio caiu como uma cortina de gelo.
— *"Julgamento de Combate: Mei Yanliu versus Tian Renshu. Que os céus testemunhem."*
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O **primeiro confronto** foi… invisível.
Yanliu deu um passo à frente. Desapareceu.
Seu corpo se transformou em névoa e folhas. Ela reapareceu atrás de Renshu, com a palma da mão como uma lâmina apontada para sua espinha.
Mas ele já a havia sentido.
— **ZRRRUM!**
Seu braço direito irrompeu com Qi trovejante. Uma onda de choque irrompeu entre eles. A palma da mão dela quase acertou, mas ela se virou no último segundo, usando o impulso para liberar **dez agulhas de vento em espiral**.
Renshu levantou uma muralha de trovões… e então contra-atacou.
— *"Punho Quebrador de Céus: Primeiro Golpe!"*
O chão se abriu.
As runas de proteção da arena brilharam em pânico.
> "Esses dois não estão lutando como iniciados… mas como **gênios nascidos para mudar eras**."
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**Minuto a minuto**, a batalha aumentava.
Yanliu dançou pelo campo com passos etéreos e golpes de ar que driblavam a maioria das defesas.
Três vezes ela quase o desarmou.
Mas Renshu resistiu. Manteve-se firme. **Acumulou poder**.
Então, na décima troca... ele **irrompeu**:
— *"Martelo Celestial: Segundo Golpe!"*
Um estrondo de trovão explodiu, fazendo Yanliu voar.
Mas ela girou no ar, absorvendo o impacto com graça... e o canalizou de volta.
— *"Estilo das Mil Pétalas: Formação Espiral!"*
Mil lâminas de vento giravam em espiral ao redor de Renshu.
Ele bloqueou cem. Depois trinta.
Então... nenhum.
**Sangue. Finalmente.**
Mas ele sorriu.
— "Você é… muito rápido."
— "Você é… muito resiliente."
**Eles estavam se admirando.**
Lutando como rivais. Pensando como iguais.
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Ambos congelaram.
Respirando como animais.
Mas seus olhos... estavam calmos.
Yanliu apertou as palmas das mãos.
O ar se curvou ao redor dela.
— *"Forma Final: Lâmina do Vento Silencioso."*
Renshu cerrou os dois punhos.
O céu escureceu.
— *"Forma Final: Ataque do Céu Despedaçado."*
**Eles atacaram.**
O silêncio antes do impacto foi absoluto.
E então-
— **KAAAAAA-BOOOOOOOMMMM!**
Uma explosão de luz branca ofuscante.
A arena se dividiu em duas.
Rachaduras surgiram no chão, brilhando com o Qi persistente.
A poeira subiu até os assentos dos espectadores.
Ninguém ousava respirar.
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Quando a poeira finalmente baixou...
**Dois corpos caídos.**
Ambos ainda respirando.
Ambos… **sorrindo**.
O juiz, com os olhos arregalados, só conseguiu murmurar:
— *"Desenhe… Inconclusivo. Nem os céus podem decidir."*
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> E eu… fiquei ali parado.
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> Não tenho certeza se devo aplaudir ou começar a questionar em que tipo de história eu me deparei.
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> Porque honestamente...
>
> *Aqueles dois pareciam mais protagonistas do que eu jamais fui.*
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