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Chapter 2 - Um: "Ela e o Telescópio

Uma mão fina enxuga o vapor do espelho retangular. Logo, um rosto feminino surge. Seus olhos negros são acompanhados por sobrancelhas finas, seu nariz é reto e sua boca, com lábios intermediários carnudos, está seco. Ela encara seu reflexo por um breve momento antes de sair do banheiro.

Morando neste estúdio por algumas semanas, não há muitas coisas importantes. É um espaço espaçoso, com uma cama de solteiro, um guarda-roupa médio, uma cozinha americana e uma escrivaninha perto da janela. Os destaques deste quarto são o telescópio em frente à janela e a foto colada na porta do guarda-roupa.

Esta fotografia mostra um jovem com olhos de fênix e cabelos escuros. Ele tem uma expressão calma e seus lábios estão esticados em um sorriso rosado. Sua imagem é a única coisa vibrante na decoração fria e monótona do lugar.

A mulher usava calça de moletom e uma blusa escura, revelando um abdômen firme, porém com algumas cicatrizes. Suas costas bem definidas também estavam cobertas de marcas que lembravam cortes profundos.

O relógio em seu pulso está acertado e tocará às sete horas da noite.

Na pequena cozinha, ela vasculha o armário acima da pia e pega um recipiente de macarrão instantâneo apimentado. Enche uma panela com água e a coloca para ferver.

Enquanto espera, a mulher se aproxima da janela e abre as cortinas cinzas. Seu telescópio já está direcionado para uma direção específica. A água fervida é despejada na xícara e, em seguida, coberta.

Suas mãos seguram o pacote e o colocam sobre a mesa perfeitamente limpa. Faltavam dez minutos para as sete, e a adrenalina percorre o corpo alto e o guia da mulher.

O macarrão desce pela sua garganta e aquece seu estômago frio. Ela vem o jantar, com os olhos fixos no relógio no relógio.

Faltando um minuto para as sete, a mulher está sentada em um banquinho com o olho esquerdo espiando o apartamento vizinho pelo telefone. A lente está focada na janela panorâmica sem cortinas, capturando cada movimento.

Um suspiro inaudível escapou de seus lábios quando a porta da frente se abriu. A mulher umedeceu os lábios secos e acompanhou cada pequeno gesto da pessoa que acaboua de entrar.

Maxin Romanov, que tem o mesmo rosto da fotografia, também representa o profundo desejo de Nox, o assassinato implacável que passou os últimos cinco anos procurando por ele. Curiosamente, um pequeno anúncio de jornal o revelou a ela.

De repente, revigorado, Nox testemunhou o momento em que o jovem tirou o chapéu vermelho da cabeça e desabotou os três primeiros botões de seu uniforme preto.

Descalço, Maxin caminhou pelo apartamento até a cozinha, abriu uma geladeira e pegou uma caixa de leite. Serviu o líquido e lambeu os lábios, num gesto que estranhamente provocou arrepios na espinha de Nox, antes de ir para o quarto.

A sala vazia vazia por vinte minutos até que ele reapareceu. Vestindo uma camiseta branca, calça de moletom e uma toalha sobre os ombros, o cabelo molhado e a franja escura cobrindo a testa lisa.

Maxin sentou-se no sofá azul escuro e, na pequena mesa do centro, pegou um maço de cigarros e um isqueiro.

A boca de Nox se curvou em um sorriso irônico ao vê-lo fumando, com a cabeça recostada no sofá. A fumaça escapando por seus lábios.

"Droga, então é isso que você está fazendo?" ela murmurou friamente.

O jovem continua fumando, e Nox se moveu do telescópio.

Uma TV de médio porte montada na parede estava sintonizada em uma notícia interessante: Homem preso por tentativa de homicídio. Ele também é acusado de fazer parte da organização Viper.

O celular de Nox tocou e ela atendeu. A voz de Viktor Donovan é alta:

"Você viu as notícias?"

"Sim. Por quê?"

"Por quê?! Um colega foi preso e em breve nós seremos caçados. Você não se importa em passar mais de vinte anos na prisão ou simplesmente ser morto?!", referindo-se a Viktor.

"Agora, meu foco está em outro lugar." Foi tudo o que Nox respondeu.

"Você deveria desistir dessa obsessão doentia e começar a planejar uma estratégia para escapar desse fim trágico."

"Viktor, nós somos assassinos. Matamos pessoas por dinheiro, sem remorso. É impossível para nós termos uma vida normal." Ela suspirou. "Eu nasci para ser um assassinato e morrerei como uma. Infelizmente, Maxin é um alvo, e não vou deixar essa história se arrastar por mais tempo."

"Sinto pena de você, Nox."

"Não. Direcione sua preocupação para sua esposa, que passou os últimos cinco anos sem saber que o marido é um assassino ou que ele corre o risco de levar um tiro na testa a qualquer momento." Com um tom cirúrgico, Nox tocou no ponto fraco da amiga.

"Você não faria isso..."

"Maxin é meu alvo, e eu o levarei comigo para o inferno se necessário!"

A ligação foi encerrada abruptamente. Nox colocou o telefone na mesa e voltou para o banco.

Com o olho no telescópio, a imagem capturada era de Maxin dormindo no sofá.

"Minha mira é precisa e meu tiro é impecável. Nunca erro um alvo, Maxin Romanov. Nunca."

O dardo lançado ficou incrustado na imagem capturada do jovem, atingindo diretamente o centro de seu rosto em um prelúdio arrepiante.

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