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Chapter 10 - Páginas antigas,Parte 2 karaokê.

No segundo andar, as salas eram menores. No primeiro andar, eram salas maiores, com decorações bem caprichadas e painéis de madeira escura. Em uma das paredes estava escrito: "J TMYJ". Os sofás de couro eram macios, em tom preto.

Fiquei surpreso com tudo que via. Havia uma TV de tubo maior, embutida em um tipo de móvel sob medida. A iluminação era elegante: abajures por toda parte e uma luz baixa que criava um clima tenso, meio reservado. Os aparelhos de som eram bons para a época, e os microfones estavam estáveis. As TVs de tubo maiores estavam embutidas em vários pontos das salas.

As mesas estavam repletas de bebidas — refrigerantes e até algumas alcoólicas. Aquele lugar fazia sucesso. Hoje, fiquei realmente impressionado. As coisas eram tão diferentes. Meus olhos percorriam todo aquele espaço, que estava muito movimentado.

Grupos de amigos estavam por toda parte. Muitas pessoas passavam e entravam em suas salas. Bem na minha frente, passou um casal. O garoto apoiava a mão sobre o ombro da menina e andava de forma descolada. As roupas que usavam eram incríveis — e nem pareciam estar fora de moda.

Homens de terno subiam para os andares superiores, desviavam de algumas salas e entravam em outras. Pelo visto, não eram só jovens que se refugiavam ali. No canto do banheiro, havia uma máquina de bebidas.

Logo na entrada do salão, existiam duas máquinas: uma de bebidas e outra de salgadinhos ou petiscos. Muitas pessoas se sentavam nos sofás em formato de "U" perto da entrada principal do karaokê.

Eu estava fascinado com tudo que via, quase me esbarrei em um casal — por pouco não rolou uma pequena discussão. Mas foi coisa rápida. No balcão do karaokê, que ficava no estacionamento — bem em frente, ao lado da porta principal — o atendimento se destacava. Era separado do corredor onde se distribuíam as salas privadas, como se guardasse a entrada de um universo paralelo.

O balcão era retangular e simples, mas sua parte superior era feita de madeira com acabamento que imitava mármore sintético. As laterais eram acolchoadas com couro escuro, e alguns detalhes dourados davam aquele ar meio cafona... mas com certo charme.

A iluminação era suave, vinda de cima. Uma placa de madeira entalhada exibia o nome do local — o mesmo que vi na entrada. Sobre o balcão, havia livros de reserva, cadernos com folhas plastificadas, uma calculadora antiga e um telefone fixo com fio. Ao lado, um pequeno cardápio de petiscos e bebidas.

Eu me aproximei, curioso, só para confirmar: sim, eles serviam miojo instantâneo.

Em cima de uma bandeja, havia uma caixa com os controles remotos do karaokê — volume, microfones, seleção de músicas. A televisão ao fundo era pequena, de tubo, e mostrava o número das salas ocupadas ou chamadas pendentes.

A atendente era uma senhora — uma ajumma coreana, com expressão prática. Ela estava ao telefone, mas olhou brevemente em nossa direção. Pela forma como acenou com a cabeça, parecia já conhecer os garotos. Mas a mim? Era minha primeira vez ali. Diante da minha presença, avançou mais um passo em direção ao balcão, batendo nele, fazendo isso chamar a atenção da ajumma — a mesma? — que olhou de relance e se virou de costas, como se procurasse algo. Entregou a chave para Tea-Jin.

— Na mesma sala de sempre? — segurando uma revista em suas mãos enquanto folheava as páginas da revista de músicas. — O novo grupo de trot está bombando, suas músicas parecem maneiras — reclamou Ji-Young, olhando em direção a Yuko, que se entupia de salgadinhos enquanto mexia na máquina.

Vamos ficar na sala 4 — sorriu de canto, olhando para Min-Jea e acenando com a cabeça.

— Quem vai fazer o pedido? — Ji-ho observando em direção a Min-Jea, que estava no canto conversando com umas garotas, e continuou — o cardápio de bebidas está fervendo, o novo refrigerante está no carpo — de uma forma que se espreguiçou diante do balcão enquanto observava.

Eu apenas observava de longe. Parecia que Min-Jea estava combinando com aquelas garotas um encontro às cegas; não poderia permitir essa ideia.

—Queremos. Bebidas

Colocando as mãos no bolso, senti que tinha algo lá dentro. E sim, ainda estava com as mesmas roupas. Era um caderno e não lembrava de ter colocado ali. Pegando-o em minhas mãos, em um lugar afastado, quando abri, me deparei com esta 

 

📖 Página do Caderno — Ensaio em 15 de Agosto de 198..

Tea-Jin escreve: 

Min-Jea - Ah, quer mudar o fundo musical de novo, logo quando já estava me acostumando com o solo da guitarra. Estava maneiro. 

Min-Jea - Ah, responde: 

Aqui? Min-Jea - Ah, aqui. Em resposta, em minha defesa, estava meio brega. Com um tom muito calmo. Eu quero uma coisa mais rock'n'roll. Fecha. 

Tea-Jin fala: 

Yuko não consegue se concentrar no ensaio porque está sempre sonhando ou comendo, esse garoto. 

Yuko responde: 

NÃO. NÃO ERA BEM ASSIM. Apenas estava me concentrando na minha mente. Algo gostoso de se fazer. Foi mal, Tea-Jin, derramei suco em suas anotações. Por favor, não me mata. 

Ji-Hon se pronuncia: 

Pensei que seria um caderno de recordações e composição, não um diário da vida. Assinado, Ji-Hon. 

Ji-Young fala: 

Ah, fala sério. Vocês estão conversando como se fosse mensagem de texto. 

Tea-Jin (finaliza com impaciência): 

Parem de mexer no caderno de anotações. 

Yuko, você me paga mais uma página. 

E me entrega a outra que você sujou. 

Se liga, cara. Os acordes estavam melhores antes de vocês começarem a brincar com isso. 

— 15 de Agosto de 198...

Ponto de vista do TEA-Jin

Estava na hora de experimentar o garoto e não existia uma única música que eu não soubesse naquele lugar. Se ele quisesse ficar conosco, deveria saber pelo menos o básico da música. Além disso, um gênio da música nasce para brilhar no palco; não é à toa que todos me amam, exceto quem me inveja por meu jeito descolado. Chegou minha vez — vamos fazer um dueto, garoto. —Levantei uma das minhas sobrancelhas e fixei meus olhos nele. Ji-Young apenas veio em minha direção e, sussurrando, disse: "Vai testá-lo?" Apenas acenei. "Se o garoto for bom, vamos ficar com ele?" Apenas encarei. "Você não acha que ele tem um comportamento estranho em relação a mim?" Ele apenas riu e, pegando um refrigerante e me olhando, disse: "Ele não tem pra onde ir e é apenas um estrangeiro que é meio maluquinho, não viu aquela história? Viagem no tempo." Ao se aproximar mais, disse: "Talvez ele seja uma criança carente." Dessa vez, não era Ji-Yong Hyun e sim Ji-Ho. Levamos um susto com esse garoto que chegou do nada e apenas rimos. Lá vem Min-Jea — convidei aquelas gatas para ir ao show da nossa boyband. Olhando para Yuko, ele apenas riu, forçando o choro. Já era sua terceira vez cantando a mesma música e apenas sentimos o ritmo e choramos. Por que? Simplesmente porque ele sente saudades de casa e, não podendo ir ao Japão, sempre chora nessa música. A situação de um estrangeiro no país não é fácil, ainda mais sendo japonês e com nossa música.

Fecha , continuando a cena com protagonista.

Somente rir, porque até nas anotações eles demonstravam suas personalidades e parecia que existiam mais informações sobre cada um deles, então ficaria fácil de conquistá-los e ter sua confiança. A decisão de procurar abrigo, no momento, estou me arrepiando, parece que tem alguém me observando. Deve ser coisa da minha cabeça. Vou pegar uma petiscos e abrir um refrigerante de laranja. Sou alérgico a pêssego, apenas quando fui tirar o refrigerante, caiu da maquininha um de pêssego.

— Não traga isso para aqui, é proibido, essa é nossa regra — quase pensei que ele sabia da minha alergia.

— Completo! Nada contra você, Tea Jin e Min-Jea são alérgicos. — Ué, nós três temos algo em comum.

— Eu também sou alérgico. — Ele riu e saiu balançando a cabeça em direção aos outros. Já era a Terceira vez que Yuko cantava essa música e chorava..

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