Acordei com dor.
Cada músculo parecia ter sido arrancado e costurado de volta, mal alinhado. Velka não poupava golpes — nem palavras.
— De novo! — ela gritou.
Rolei para o lado no último segundo, desviando de uma pedra que ela lançara com uma funda. Não havia piedade em seus olhos. Só determinação.
— Você acha que seus inimigos vão parar porque está cansado?
Levantei, cambaleando, mas com os punhos cerrados.
Eu ia sobreviver. Ia ficar forte. Por ela. Por mim. Por todos que foram tomados.
Velka me ensinou a usar não apenas a força, mas a velocidade, o instinto, o pensamento frio no meio da fúria. "Use sua raiva. Molde-a como uma lâmina. Não seja escravo dela."
À noite, nos sentávamos juntos ao fogo. Não falávamos muito. Às vezes, ela apenas deitava ao meu lado, a cabeça encostada em meu ombro, em um silêncio confortável que dizia mais do que palavras poderiam.
Mas a paz não duraria.
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Foi numa dessas noites que ouvimos o uivo.
Não de besta — mas de homens.
Velka se levantou em alerta.
— Merda. Eles nos encontraram.
— Quem?
Ela apertou os lábios, o olhar duro.
— A Seita do Fim Branco.
Meu estômago afundou.
— Explica.
Velka correu até a parede e puxou um mapa, rabiscado com runas antigas.
— A Seita do Fim Branco é devota de Caos. Eles acreditam que ele é o arauto do novo mundo — onde só os fortes e "escolhidos" têm o direito de existir. O resto... deve ser purificado pelo fogo.
— Fanáticos.
— Assassinos. Piores que monstros.
Ela me entregou uma adaga de prata.
— Se vierem, não hesite. Eles não merecem misericórdia.
As árvores começaram a crepitar lá fora. Luzes surgiram, como olhos famintos na escuridão.
Velka rosnou:
— Prepara-se, Akira. Hoje você vai ver o que é lutar contra aqueles que esqueceram o que significa ser humano.
Minha mão apertou a adaga. E pela primeira vez, percebi: o caminho para matar Caos seria pavimentado com o sangue daqueles que acreditavam nele.
E talvez... até com o meu próprio.
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Resumo da Seita do Fim Branco:
Nome: Seita do Fim Branco
Ideologia: Acreditam que Caos é o herdeiro da criação e da destruição. Apenas os "puros" — os mais fortes — devem sobreviver. O resto deve ser "limpo" pela morte.
Símbolo: Um círculo branco riscado por uma linha negra vertical (representando o fim da pureza pela força).
Táticas: Extremamente radicais. Se infiltram em vilarejos, espalham doenças, manipulação psicológica e ataques em massa. Usam feitiçaria corrompida.
Liderança: Pequenos "Sacerdotes Brancos" subordinados diretamente a Caos ou seus generais.