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Chapter 10 - In the Valley of Hell

O eco da tragédia ainda pulsava em minha mente.

Se Konoha fez isso com Sakumo... o que farão com meu pai? Com ​​todos nós?

Tekka olhou para a página recém-lida. Seu rosto era puro choque.

"Foi Danzō... Danzō é o responsável pela queda... e pela morte de Sakumo. Maldito seja!"

Com as mãos trêmulas, ele virou para a próxima página e retomou a leitura.

5 de janeiro

O vazio me consumiu mais uma vez.

Um frio cortante, quase espiritual, percorreu-me como uma lâmina sem corpo. Meus olhos se abriram — ou talvez nunca tivessem se fechado. Nessas visões, eu nunca sabia. Eu estava lá, suspenso como um espectro sobre uma ravina em Kusagakure.

O céu sangrava carmesim, como se o próprio sol tivesse sido ferido. Abaixo, o rio rugia, suas águas turvas batendo contra os pilares da Ponte Kannabi. A estrutura de pedra e madeira gemia sob o peso das carroças inimigas. Ninjas de Iwagakure a atravessavam como formigas em marcha cega, alheios ao destino iminente. Eu sabia onde estava — reconheci-o das lições sobre a Terceira Guerra.

Na densa mata, quatro figuras emergiram como sombras silenciosas. À frente, Minato Namikaze — o Relâmpago Amarelo de Konoha —, liderando com uma serenidade mortal. Seus cabelos dourados brilhavam mesmo na penumbra.

Atrás dele, três jovens shinobi o seguiam. Um deles tinha as feições de Sakumo Hatake — era Kakashi, seu filho. Jovem, glacial, olhos de aço. Ele empunhava um tantō branco com precisão letal. Ao seu lado, Obito Uchiha: um sorriso teimoso no rosto e um par de óculos laranja, ironicamente frágil para alguém do clã Sharingan. Ele tropeçava em raízes, reclamando do atraso. E lá estava Rin Nohara, com as mãos cautelosas e o olhar firme, ajustando os suprimentos médicos com a leveza de uma curandeira, mas a prontidão de uma guerreira.

"Time Minato...", sussurrei. Mas minha voz desapareceu no vento. Eu era apenas um espectador. Sempre fui.

A missão era clara. Minato atrairia as forças principais de Iwa enquanto os genin destruíam a ponte com explosivos. O cheiro de musgo e resina saturava o ar. A umidade da floresta se misturava com o presságio da chuva. Cada passo era medido. Eles evitavam galhos secos, marcas explosivas escondidas sob a terra.

Kakashi liderou o caminho, abrindo caminho com seu tantō. Obito murmurou baixinho:

"Por que ele sempre toma a iniciativa?"

Rin sorriu, tentando mediar entre eles.

E então, caos.

Um ninja Iwa emergiu das sombras, envolto em jutsu de camuflagem. Sua lâmina mirou em Rin. Kakashi reagiu instantaneamente, mas não rápido o suficiente — a espada cortou seu ombro. Sangue espirrou nas folhas úmidas. Obito gritou, arremessou kunai contra o atacante, mas o inimigo já havia alcançado seu objetivo: ele capturou Rin. E desapareceu.

"Não, não, não..." Tentei gritar. Mas minha voz era apenas um eco dentro do sonho.

Kakashi, ferido, insistiu:

"A missão vem em primeiro lugar. Destruir a ponte é essencial!"

Obito, furioso, respondeu:

"Aqueles que abandonam os amigos são piores que lixo!"

E ele correu. Sozinho, para o coração da floresta, atrás de Rin. Kakashi ficou para trás, dividido entre o dever e a culpa.

A cena se despedaçou. Fui arrastado para a caverna onde o destino de Obito seria selado.

O ar estava denso e úmido, exalando um cheiro forte de pedra molhada e medo. Obito lutava como um verdadeiro Uchiha — talvez como nenhum outro desde a Era dos Reinos Combatentes. Mas uma pedra caiu. Esmagou metade do seu corpo. Rin, agora livre, chorava ao lado dele. Kakashi chegou tarde demais, e as lágrimas que ele conteve doeram mais do que o ferimento em seu ombro.

Com seu último suspiro, Obito deu a Kakashi seu Sharingan.

"Proteja-a… e Konoha."

A caverna desabou. Eu queria gritar. Eu queria mudar tudo. Mas o sonho não me obedecia.

A cena mudou. Konoha surgiu diante de mim, mas não como a vila da esperança que alegava ser. As ruas estavam sombreadas. Sussurros vindos dos becos cortavam como lâminas:

"A equipe Minato falhou."

"Obito morreu em vão."

"Kakashi hesitou."

"Minato não consegue controlar seu genin."

No Conselho, Danzō Shimura ergueu a voz como um juiz ancestral. Sua bengala golpeou o chão como um martelo:

"A ponte caiu, mas à custa da dignidade de um Uchiha e de Konoha. Minato não é digno de liderar."

Sombra por sombra, agentes da Raiz espalharam mentiras. Relatórios falsos surgiram, acusando Kakashi de covardia, Obito de insubordinação e Rin de ser um peso morto.

Um jōnin subornado murmurou:

"Se Minato não consegue cuidar de três crianças, como ele pode ser Hokage?"

Hiruzen Sarutobi permaneceu em silêncio. Suas mãos trêmulas agarravam o cachimbo como uma última certeza.

"Eles destruíram a ponte…" ele disse, com a voz embargada.

"E perdeu a confiança da vila", concluiu Danzō, com um sorriso gelado.

Rin, arrasada, permaneceu em silêncio. Kakashi, agora com um olhar que não era seu, caminhava pelas ruas sob olhares de desprezo. Com o espírito ferido, transformado de herói em pária.

E Root venceu. Transformou feitos em fracassos. Heróis em lendas esquecidas.

Acordei no Vale do Inferno. O suor escorria pela minha pele. Meu coração batia furiosamente.

Se Danzō destruísse a honra do Time Minato com um único erro... o que ele faria com meu pai? Com ​​minha mãe? Comigo?

O rugido da Ponte Kannabi ainda ecoava em minha mente, como um presságio sombrio do preço de ser um shinobi.

Tekka fechou o diário cuidadosamente, como se guardasse uma relíquia de dor.

"Não pode ser…" ele murmurou, com o rosto pálido.

Se Danzō realmente manipula as sombras, se ele distorce o passado e a honra com tanta facilidade... Por que ninguém o impediu? Por que o Hokage permanece em silêncio?

Incrédulo, ele continuou lendo.

O mundo ao meu redor retornou em fragmentos, estilhaçado como um espelho quebrado.

Iwagakure — O Conselho do Tsuchikage.

Eu estava em uma fortaleza de pedra e ferro, com suas paredes brilhando com veios minerais sob tochas bruxuleantes. O ar cheirava a poeira antiga e argila queimada, arranhando minha garganta. O som de martelos e forjas ecoava como um prelúdio de guerra.

No centro, uma mesa de pedra rachada continha mapas desgastados. Um deles marcava Uzushiogakure em vermelho. O Segundo Tsuchikage, magro, com olhos fundos e pele pálida como cinza, encarava cinco ministros em vestes pesadas. As bandanas de Iwa brilhavam como olhos de predadores.

"Os Uzumaki são o coração da força de Konoha", disse o Tsuchikage. "Seus fuinjutsus neutralizam nossas maiores armas. Se eles se aliarem aos Senjus, estamos perdidos."

Com um dedo murcho, ele traçou o litoral de Uzushiogakure no mapa.

"Mas se a vila cair, Konoha perde seu escudo."

Um ministro hesitou, segurando um pergaminho.

"Atacar Uzushiogakure atrairá a fúria da Folha. Reforços virão rápido..."

O Tsuchikage bateu o punho na mesa.

"Konoha será ocupada. Shimura garantiu isso. Ele semeia a discórdia na Folha. Eliminaremos os Uzumaki antes que eles percebam."

Outro conselheiro murmurou:

"A aliança Uzumaki-Senju é um monstro. Vamos cortar uma cabeça antes que ambos nos devorem."

Estão condenando a minha família... pensei. E o pesadelo ao meu redor se desfez.

Kirigakure — O Pacto do Mizukage.

A escuridão se aprofundou. Acordei em uma câmara de coral negro, onde a umidade pingava das paredes e a luz verde refletia em poças estagnadas. Cheirava a sal e algas marinhas em decomposição.

O Segundo Mizukage estava diante de uma mesa de conchas, ladeado por três conselheiros em mantos manchados. No centro, um mapa de Uzushiogakure, preso por adagas curvas.

"Os Uzumaki defendem a supremacia de Konoha", disse o Mizukage. "Seus selos aprisionam nossos bijū. Seus jutsus destroem nossas fundações."

Ele cravou uma adaga no centro do mapa.

"Mas Konoha estará em chamas. Shimura prometeu um ataque falso de Kumo. Hiruzen ficará cego e surdo."

Um vereador, com o pescoço marcado por queimaduras, sussurrou:

"Se Uzushiogakure resistir, Kiri será devorado."

Monstros… Tentei gritar, mas a névoa me engoliu.

 

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