No ensino fundamental, eu estudei em uma turma extremamente problemática, não tinha amigos, ninguém. O pessoal de lá me zoava bastante, alguns eram perdidos, as meninas me assediavam, e quando eu demonstrava não gostar, os meninos me olhavam torto. Eu estudava sempre na turma C, enquanto eu sempre quis estudar com o pessoal da turma B. Nos primeiros dias de aula, a primeira lista de alunos que eu olhava era a da turma B, mas eu sempre fiquei na C.
Quando fui para o ensino médio, estavam todos voltando de uma pandemia, então quando eu comecei foi pelo ensino online, era uma bagunça, eu e os outros alunos pegavam as respostas pela internet o tempo todo, eu dormia durante as aulas, eu não me orgulho disso. Mas em um certo dia, eu notei algo interessante. Durante uma aula, uma menina chamada Rosana estava falando que o amigo dela Peter fez o trabalho sozinho, mesmo estando no grupo dela. Quando Peter respondeu, apareceu a sua foto, e eu sabia que conhecia aquele rosto, sim, ele era da turma C. Comecei a olhar cada um da turma, e vários fizeram parte da turma B. Comecei a pular de felicidade, finalmente me livrei daquele inferno.
Meses depois chegou o momento de voltarmos pro presencial, a turma tinha se dividido em duas por causa que ainda estávamos voltando da pandemia. Quando cheguei me sentei no fundo da sala e alguns minutos depois chegou um garoto que não parava de roubar a minha atenção, fiquei o tempo inteiro tentando descobrir quem era, a maioria eu reconheci de primeira vista, menos ele. Um tempo depois descobri que era Peter, mas estava bem diferente, estava de máscara e um corte de cabelo que nunca tinha visto.
(Naquele estante, uma chama de paixão começou a tomar conta do corpo de Connor.)