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Chapter 8 - Capítulo 7: Primeira Caçada

## **Capítulo 7 – Primeira Caçada**

O sol ainda não havia nascido quando a comitiva deixou os portões da mansão. A estrada, coberta por uma fina camada de neve, parecia se estender até onde os olhos podiam alcançar. O céu, cinzento e sem estrelas, parecia observar silenciosamente a cada passo da comitiva. Azazel caminhava ao lado de Lizzie, envolto em seu manto escuro, seus olhos semicerrados, não por sono, mas em concentração. Seus sentidos estavam afiados, absorvendo cada detalhe à sua volta. Ele não estava apenas ciente do ambiente, mas estava esperando algo. Ele sabia que o caminho à frente seria perigoso.

Cem cavaleiros de nível 1, todos no auge da terceira espada, marchavam com uma precisão impressionante, suas armaduras pesadas e brilhando fracamente sob a luz da madrugada. Eram imponentes, formidáveis, mas Azazel não sentia nenhuma segurança vinda deles. Sabia que estavam ali por um motivo específico: observá-lo. Monitorá-lo. Se necessário, eliminá-lo.

À frente, cinco magos de nível 2, no terceiro estágio do coração, seguiam em uma formação perfeitamente coordenada, como se estivessem prontos para qualquer coisa. Azazel notou os olhares calculistas, o desdém em suas expressões. Mas ele não se importava. Ele não era mais o menino frágil de antes. Ele estava se tornando mais forte a cada momento, e nada o impediria de alcançar seu destino.

Liderando a comitiva, Maedhros, um mago de nível 3, primeiro estágio do coração, avançava com uma postura digna e autoritária. Seus cabelos prateados e olhos escuros como a noite conferiam-lhe uma aura de poder absoluto. Maedhros era respeitado, temido. Seu olhar, frio e atento, examinava tudo e todos ao redor. Ele observava Azazel, mas com um interesse distante, como se ele fosse apenas mais uma peça em um tabuleiro muito maior. Mas Azazel sabia que ele estava sendo avaliado.

"Estamos a caminho do Norte, mãe," disse Azazel com a voz baixa, mas firme. "Esses homens não estão aqui para me proteger. Eles estão aqui para me observar. E se necessário, eliminar."

Lizzie apertou os punhos, o medo queimando em sua garganta. Ela sabia que seu filho estava certo. Mas também sabia que havia algo mais nele agora. Algo mais forte. Ele não era mais um menino indefeso. Ele tinha se tornado algo diferente. Algo implacável. Ela não podia protegê-lo de tudo, mas faria tudo ao seu alcance para garantir que ele sobrevivesse. "Eu não vou deixar isso acontecer," ela respondeu com a voz trêmula, mas resoluta.

Azazel não respondeu. Seus olhos estavam fixos à frente, onde a floresta densa se erguia como um labirinto de sombras e mistério. Ele sabia que estava prestes a enfrentar algo grande. Algo que lhe daria a chance de crescer, de se tornar mais forte. A floresta Cinzenta era conhecida por suas criaturas perigosas, e Azazel sabia que não seria o único a sair ileso.

Durante o caminho, Azazel permaneceu calado, observando os magos e cavaleiros com uma frieza calculista. Eles estavam em silêncio, mas ele sentia a tensão nas entrelinhas. Eles o observavam, mas também estavam em constante alerta. Nada passava despercebido aos olhos de Azazel.

Na terceira noite, quando o acampamento foi montado, Lizzie tentou puxar conversa com um dos magos. Ela sentia a necessidade de quebrar o gelo, de tentar, de alguma forma, humanizar os homens que os acompanhavam.

"É uma honra termos sua companhia, senhor...", começou ela com hesitação.

O mago olhou para ela com uma expressão fria, como se já soubesse o que ela diria. "Não estou aqui por honra, senhora Silva," respondeu ele com frieza. "Estamos em missão direta. Ordens são ordens."

Azazel, à distância, observava a interação. Ele sabia que Lizzie tentava fazer algo bom, mas o desdém dos magos era evidente. Eles estavam ali por dever, não por amizade ou respeito. Ele se perguntou o quanto de si mesmo teria que esconder para sobreviver nesse ambiente.

Na manhã seguinte, a comitiva avançou sem palavras, os passos pesados na neve. Mas, na madrugada do quarto dia, quando o acampamento foi montado nas bordas da Floresta Cinzenta, Azazel sentiu algo. Algo no ar. Algo pesado e antigo. Ele parou, os sentidos se aguçando, e soube, com uma certeza inabalável, que algo estava se aproximando.

Ele se afastou silenciosamente, sem ser notado pelos outros. Lizzie estava ocupada com os preparativos, e ninguém parecia perceber sua ausência. Ele caminhou em direção à floresta, seu corpo em alerta, os músculos tensos com a antecipação do que estava por vir. Sabia que não poderia perder a oportunidade.

A floresta estava sombria e impenetrável, com árvores altas e densas que bloqueavam a luz da lua. O chão estava coberto por uma espessa camada de neve que, ao ser esmagada pelos seus pés, emitia um som abafado. O ar estava pesado, e Azazel sentiu uma presença crescente. Algo se movia entre as sombras.

E então, ele a viu.

A besta mágica de nível 1 na terceira camada.

Era uma criatura imensa, com garras afiadas e olhos vermelhos como fogo. Suas escamas pareciam feitas de pedra, duras e impenetráveis. O corpo era robusto e musculoso, com uma cauda longa e espessa que se arrastava pelo chão, criando marcas profundas na neve. A fera se aproximou com um rugido estrondoso, seu corpo parecendo uma sombra viva no meio da escuridão.

Azazel não hesitou. Ele sabia que essa era a oportunidade de que precisava.

A criatura atacou com uma velocidade surpreendente, suas garras cortando o ar em um arco mortal. Azazel saltou para o lado, desviando com agilidade, mas a fera não se deu por vencida. Ela voltou a atacar, mais rápida, mais feroz. Azazel sentiu o ar vibrar com a força de cada golpe da besta. Mas ele não recuou. Sua respiração era controlada, seus olhos focados na criatura com uma intensidade que se tornava quase palpável.

O combate continuou por minutos que pareceram horas. Azazel esquivava-se das garras e tentava encontrar uma brecha, um ponto fraco na armadura da criatura. Cada movimento era calculado, uma dança entre vida e morte. O sangue começava a escorrer de suas feridas, mas ele não se importava. A dor o impulsionava. Cada golpe, cada esquiva, fazia com que ele se tornasse mais forte.

Finalmente, a criatura cometeu um erro. Ela atacou de forma imprudente, abrindo-se para Azazel. Ele viu a brecha. Em um movimento rápido, saltou sobre a criatura, agarrando suas garras com força e cravando a lâmina que havia retirado do seu manto na garganta da besta. O golpe foi fatal. A fera rugiu em agonia, mas, antes que pudesse reagir, Azazel deu o golpe final.

O corpo da criatura caiu pesadamente no chão, a neve se tingindo de vermelho. Azazel caiu de joelhos ao lado dela, ofegante, mas com os olhos ainda fixos no cadáver. O sangue quente da besta jorrou, e Azazel não perdeu tempo. Com uma expressão de implacável determinação, ele se abaixou e começou a devorar a criatura.

A carne estava quente e dura, mas Azazel não se importou. Ele mordeu com força, rasgando a carne com suas próprias mãos, absorvendo o sangue, o poder. O Dantian de Sangue dentro dele se agitava, puxando toda a energia da criatura. Ele podia sentir sua força crescendo, seus músculos se expandindo e sua mente se tornando mais clara. Cada pedaço de carne que ele consumia o fortalecia, e ele sabia que estava se transformando. Seu corpo não era mais fraco. Ele estava se tornando uma arma, algo além da humanidade.

Quando a criatura foi consumida por completo, Azazel se levantou lentamente. Sua respiração estava pesada, mas sua mente estava clara. Ele havia derrotado a besta e absorvido seu poder. Seu corpo, agora mais forte, pulsava com uma energia que ele nunca havia sentido antes.

Lizzie correu para encontrá-lo, o coração batendo acelerado. Quando o viu, o choque foi imediato. Azazel estava coberto de sangue, mas seus olhos estavam brilhando com uma intensidade quase sobrenatural. Ele parecia... diferente.

"Você está... vivo?" Lizzie perguntou, sua voz trêmula de medo e alívio.

Azazel olhou para ela com um olhar implacável, mas também algo mais. Algo que ele nunca havia mostrado antes. "Estou melhor do que nunca," respondeu ele, sua voz profunda e cheia de poder.

Lizzie ficou sem palavras. Ela sabia, naquele momento, que seu filho não era mais o mesmo. Ele havia mudado. E, de alguma forma, ela sentiu que isso estava apenas começando.

Maedhros, que havia observado de longe, se virou e começou a se afastar, seu olhar carregado de dúvidas. Azazel havia derrotado uma besta mágica de nível 1, terceira camada, sem ajuda de ninguém. Isso não era algo comum. Ele precisava relatar isso a Noah. Algo estava acontecendo com o garoto, e ele não sabia até onde isso poderia chegar.

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